Opinião: O Último Minuto de Sandra Brown




 

Dawson Scott é um jornalista muito respeitado recentemente regressado do Afeganistão. Assombrado por tudo o que viveu, sofre de neurose de guerra, o que é uma ameaça para todos os aspetos da sua vida. Um dia recebe o telefonema de uma fonte dentro do FBI. Houve um novo desenvolvimento numa história que começou há quarenta anos. Poderá ser a GRANDE história da carreira de Dawson, na qual ele tem um interesse pessoal.

Em breve Dawson está a investigar o desaparecimento e alegado homicídio do ex-fuzileiro naval Jeremy Wesson, filho biológico do casal de terroristas que permanece na lista dos Mais Procurados do FBI. Dawson dá então por si a gostar cada vez mais da ex-mulher de Wesson, Amelia, e dos seus dois filhos. Porém, quando a ama de Amelia aparece morta, o caso toma um novo rumo surpreendente, com o próprio Dawson a tornar-se suspeito. Assombrado pelos seus próprios demónios, Dawson inicia a perseguição dos famosos criminosos...e da verdade surpreendente e secreta sobre si próprio.



O prólogo leva-nos a 1976, Oregon, onde decorre um tiroteio entre as forças policiais e um grupo de terroristas, as baixas somam-se e dois elementos do grupo conseguem fugir ao cerco.

De volta à actualidade, Dawson Scott, um reputado e ambicioso jornalista regressa de um palco de guerra, Afeganistão. Mas não regressa incólume, trouxe algo com ele que alterou drasticamente a sua vida. O regresso não se afigura fácil, as adversidades que surgem são muitas a começar por a sua chefe... 

A pedido do padrinho Headly, Scott vai cobrir o julgamento de um presumível assassinato de Jeremy, um ex-marine que sofria de Perturbação de Stress Pós-Traumático…

Um livro que segue a linha que a autora nos tem habituado e que não vai defraudar os seus fãs. Sandra Brown é uma escritora com provas dadas e garantia de uma leitura viciante, onde a boa disposição, o romance e a tensão são presença garantida.

A autora diferencia-se de outros escritores dentro do género literário pela forma como joga com o sexo nos seus enredos. Não são momentos despropositados nem vulgares, são momentos criteriosamente escolhidos dotados de arrojo e grande cumplicidade. Na minha perspectiva a tensão sexual tem de ser um detalhe relevante e autêntico com direito ao seu tempo e espaço na narrativa e que muitas vezes é descuidado num bom thriler.

As surpresas e twists (reviravoltas) são muitos e deliciosos. Nem sempre o que parece é...O Romance é deixado a cargo de Amélia, uma personagem forte e determinada por quem decerto os leitores se apaixonarão. A personagem feminina como em livros anterior da autora, é personagem forte com notória evolução e revelação ao longo do enredo.

Por razões várias pude desfrutar deste livro com uma profundidade maior do que estou habituado, isto porque além da história procurei outros elementos (técnicos) que testam a perícia do autor. Foi com deleite, que reparei que o “começo” do livro (“Hook”) é extraordinário e os diálogos são de facto tão fluidos e verosímeis que aumentaram exponencialmente a experiência e a vontade de ler este livro.

Gostei dos textos do Diário de Flora escritos na primeira pessoa, e gostava de ler mais da autora nessa perspectiva (POV).

Sandra Brown conseguiu dar uma profundidade e dimensão extraordinária à história, abordando temáticas actuais e as suas consequências e trazendo ao leitor um thriler de muita qualidade.

Este está no meu TOP 3 dos melhores livros da autora que tive oportunidade de ler.

http://livrosemarcadores.blogspot.pt/2015/02/close-up-interviews-com-sandra-brown.htmlConvido-vos a ler a entrevista que a autora deu ao Livros e Marcadores.

Entrevista com a autora aqui






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