Karin Slaughter
Título: Tríptico
Autor: Karin Slaughter
Págs: 448
Editora: TopSeller
Género: Thriller/Policial
Sinopse:
Três pessoas com segredos perturbadores.
Um assassino sem nada a perder.
Quando Michael Ormewood, detetive da Polícia de Atlanta, é chamado à cena de um homicídio num bairro social, depara-se com uma das mortes mais brutais de toda a sua carreira: o corpo de Aleesha Monroe jaz nas escadas de um prédio, numa poça formada pelo seu próprio sangue e horrivelmente mutilado.
Enquanto incidente isolado, este já seria um crime chocante. Mas quando se torna evidente que é apenas o mais recente de uma série de ataques violentos, o Georgia Bureau of Investigation é chamado a intervir — e Michael vê-se obrigado a trabalhar com o agente especial Will Trent, com quem antipatiza de imediato.
Vinte e quatro horas mais tarde, a violência a que Michael assiste todos os dias explode nas traseiras da sua própria casa. Percebe-se, então, que talvez o mistério da morte de Aleesha Monroe esteja indissoluvelmente ligado a um passado que se recusa a ficar esquecido.
Opinião:
«tríptico - substantivo masculino
1. Quadro sobre três panos, dois dos quais se dobram sobre o do meio.(...)»
1. Quadro sobre três panos, dois dos quais se dobram sobre o do meio.(...)»
"tríptico",
in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa
Soberbo
... uma só palavra que diz tanto deste livro.
Nos livros que li da autora, repara-se numa tendência para os mesmos versarem sobre violência sobre mulheres, e ao que tenho percebido das entrevistas que vi é de facto uma opção dos seus livros.
O livro é contado sobre três pontos de vista, que se complementam e se encaixam na perfeição, proporcionando-nos um sentido mais lato da história. Karin Slaughter junta neste livro violência, prostituição, drogas, infidelidade, violação entre outros, argumentos mais que suficientes para atrair os amantes de policiais (como eu).
Este livro demorou 3 anos para ver a luz, a sua construção, as personagens denotam um trabalho magnífico. De facto sou dos que julgam que as coisas mais belas, são por norma as que se revestem de simplicidade, uma vez que permitem uma absorção e compreensão natural e espontânea ... mas não esqueçamos que este nível não está acessível a todos e dá muito trabalho...
Gosto da forma como o enredo se encadeia, como se estabelece numa linha coerente e apelativa e esta dá substancia a uma escrita simples, clara, concisa e cativante. A narrativa evolui, e sem atropelos mostra-nos que o aparente e as convicções que criamos nem sempre são as mais correctas.
A construção das personagens materializa muito bem toda uma série de características credíveis, desde o conflito interno, até ao "backstory". Desde a ingenuidade, a subserviência natural de John à arrogância e violência de Michael Ormewood os detalhes são explícitos e marcantes.
Não preciso realçar o talento que Karin Slaughter tem, é universalmente conhecido e apreciado, mas não posso deixar de sublinhar que este talento tem luz própria.
Para mim revelou-se uma leitura compulsiva e que me deu muito prazer.
Sei que 2014 nos trará um novo livro da autora, resta-me esperar que esta aposta da Editora Topseller perdure e nos possa continuar a oferecer livros de grande qualidade como até aqui.
Era de facto um crime os leitores portugueses não verem os livros da autora publicados em português.