Archive for agosto 2017

Opinião: O Jardim das Borboletas de Dot Hutchison


 




Perto de uma mansão isolada, encontra-se um belo e luxuriante jardim com flores exuberantes, árvores frondosas e... uma coleção de preciosas «borboletas». Jovens mulheres sequestradas e tatuadas para se parecerem as suas homónimas. Quem toma conta deste estranho lugar é o aterrador jardineiro, um homem retorcido, obcecado com a captura e a preservação de seus espécimes únicos.

Quando o jardim é descoberto pela Polícia, uma das sobreviventes é interrogada. Os agentes do FBI Hanoverian e Eddison têm a tarefa de juntar as peças de um dos quebra-cabeças mais complicados das suas carreiras. A menina, cujo nome é Maya, ainda se encontra em choque e o seu relato está cheio de episódios arrepiantes, no limite da credibilidade. Tortura, todas as formas de crueldade e privação pareciam estar na agenda da estufa dos horrores, mas no testemunho da jovem há lacunas e reticências... Maya continua a sua terrível história e os agentes do FBI precisam de descobrir quem, ou o quê, Maya tenta esconder...
 

A história é-nos apresentada em formato de um depoimento.

Maya, uma das presumíveis vítimas relata a sua experiência a dois detectives e é esse depoimento que nos guia pela história desvendando a descoberta de um conjunto de mulheres mantidas em cativeiro.

A história tem sem dúvida um alto potencial: apenas uma única pessoa nos pode revelar o sucedido!

Quanto ás personagens, Maya é-nos apresentada como uma rapariga inteligente, sofrida que diligentemente procura sobreviver num mundo que não lhe foi favorável. Este é o “background” que ajuda a perceber as suas reservas, a sua atitude previdente, desconfiada e defensiva.

Na mecânica da escrita gostei de duas vertentes, a primeira prende-se com a forma como a autora condicionou, quase na totalidade, a descoberta da verdade ao testemunho de Maya.

Este condicionamento foi inteligente uma vez que empolou o interesse do discurso da personagem. A autora chega a brincar com a paciência dos detectives, uma vez que a personagem muitas vezes não responde directamente ao que lhe é perguntado e divaga contando a sua história pessoal. É ela que conduz o ritmo e o tempo da narração dos factos. Não sei se na realidade os detectives seriam assim tão pacientes com a postura de uma testemunha, até porque a dúvida de se ela é mesmo uma vitima paira no ar até ao final do livro. Mas não tenho dúvidas que serviu convenientemente a trama.

A outra vertente prende-se com a escrita da autora, uma vez que a mesma se apresenta cativante e inteligentemente consegue prender o leitor com a promessa da descoberta da verdade e de algum segredo sombrio.

Há contudo no desfecho algo que não funcionou tão bem como seria expectável! Não sei se pelo facto de desde inicio sabermos que salvaram algumas das vítimas e com isso se perder um pouco do fulgor do suspense e da dúvida.

Ou se pelo facto desse conhecimento prévio dar mais peso ao que nos vai (ou não) dizendo Maya, porque é evidente que ela esconde algo desde início e o facto dessa revelação ficar aquém e não ter tido a dimensão/impacto que eu tinha previsto para o final criando em mim essa sensação de expectativa gorada.

Mas os argumentos para ler este livro são muitos e variados:

Há pequenos enxertos da obra de Edgar Poe...

A história mostra imaginação. A criação de um mundo de borboletas onde a cor, a beleza, o simbolismo convive com a repulsa, submissão, violência e autoridade imposta são apelativos e argumentos que impelem o leitor a ler.

A história mostra uma realidade peculiar, a existência de regras muito próprias fruto de uma realidade alternativa (ainda que imposta) conjugada com os elementos referidos atrás são, em minha opinião, elementos recorrentes na literatura YA, género familiar à autora.

Eu gosto particularmente dessa mistura de elementos entre géneros quando esses enriquecem o cenário, como é o caso.

Vamos ver o que a autora nos tem mais reservado.








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A filha do Pântano de Karen Dionne

 




Finalmente, Helena tem a vida que merece. Um marido dedicado, duas filhas lindas, um negócio que preenche os seus dias. Mas, quando um presidiário se evade violentamente de uma prisão vizinha, apercebe-se de que foi ingénua ao pensar que poderia deixar para trás os seus piores momentos.

Helena tem um segredo: é o resultado de um rapto. O seu pai sequestrou a sua mãe quando esta era adolescente e manteve-a em cativeiro numa cabana remota nos pântanos da Península Superior do Michigan. Sem eletricidade, sem aquecimento, sem água canalizada, Helena, nascida dois anos depois do rapto, adorava a sua infância. E, apesar do comportamento por vezes brutal do pai, amava-o... até descobrir exatamente até que ponto uma pessoa podia ser selvagem.

Vinte anos depois, enterrou o passado tão profundamente que nem sequer o marido sabe a verdade. Mas, agora, o seu pai matou dois guardas prisionais e desapareceu num pântano que conhece melhor do que ninguém. A polícia começa a caça ao homem, mas Helena sabe que os agentes não têm qualquer hipótese de o apanhar. Sabe que há apenas uma pessoa que conta com as estratégias necessárias para encontrar alguém preparado para sobreviver a uma catástrofe e a quem o mundo chama «o rei do pântano»... porque há apenas uma pessoa que ele próprio treinou: a sua filha.
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KAREN DIONNE é a autora de A filha do pântano e outros romances. Também é cofundadora da comunidade de escritores na Internet Backspace e organiza o Retiro de Escritores em Salt Cay. Gosta de fotografia da natureza e vive com o marido nos arredores de Detroit.

Em 1974, Dionne mudou-se com o marido para o território selvagem da Península Superior quando a sua filha tinha seis semanas, experienciando, em grande medida, o mesmo que Helena e a sua família no romance. Dionne utilizou muitas das suas experiências pessoais para escrever este livro.
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Os Melhores Contos de Edgar Allan Poe




«Quem foi Edgar Allan Poe? Um bardo tocado pelos deuses ou nada mais do que um homem atormentado pela loucura e pobreza e que desapareceu misteriosamente nos últimos dias antes da sua morte?»




Quem foi Edgar Allan Poe? Um bardo tocado pelos deuses ou nada mais do que um homem atormentado pela loucura e pobreza e que desapareceu misteriosamente nos últimos dias antes da sua morte?

 As histórias que deixou para trás mostram como o seu génio literário não se detinha perante nada. Abriu novos caminhos de ficção e tornou-se assim pai de histórias de detetives, pioneiro na ficção científica, um mestre do suspense e horror.

 Reconhecido como uma das vozes mais influentes e inspiradoras do século XIX, a presente edição especial convida-o a apreciar 28 dos melhores contos do autor ilustrados por artistas nacionais, dando a conhecer o legado de Edgar Allan Poe a novas gerações.



 
Escritor norte-americano nascido a 9 de janeiro de 1809, em Boston, e falecido a 7 de outubro de 1849. Filho de dois atores de Baltimore, David Poe Junior e Elizabeth Arnold Poe, ficou órfão com apenas dois anos de idade e desde cedo aprendeu a sobreviver sozinho. Foi adotado por uma família de comerciantes ricos de Richmond, de quem recebeu o apelido Allan. 

 Entre 1815 e 1820, a família Allan viveu em Inglaterra e na Escócia, onde Poe recebeu uma educação tradicional, regressando depois a Richmond. Poe foi para a Universidade da Virgínia em 1826, onde estudou grego, latim, francês, espanhol e italiano, mas desistiu do curso onze meses depois por causa do seu vício do jogo e do álcool. Resolveu então ir para Boston, onde publicou em 1827 um fascículo de poemas da juventude de inspiração byroniana, Tamerlane and Other Poems. 


 Em 1829 publicou o seu primeiro volume de poemas, com o título Al Aaraaf, Tamerlane and Minor Poems, onde se denota a influência de John Milton e Thomas Moore. Foi então para Nova Iorque, onde publicou outro volume, contendo alguns dos seus melhores poemas e onde se evidencia a influência de Keats, Shelley e Coleridge. 


 Em 1835 estreou-se como diretor do jornal Southern Literary Messenger, em Richmond, onde se tornaria conhecido como crítico literário, mas veio a ser despedido do seu cargo alegadamente por causa do seu problema da bebida. O álcool viria aliás a ser o estigma que marcaria toda a sua vida até à morte. Casou-se nesse mesmo ano com a sua prima de apenas treze anos, Virgínia Clemm, e o casal resolveu então instalar-se em Nova Iorque, onde não chegou a permanecer muito tempo. Foi em Filadélfia que Poe alcançou fama através de vários volumes de poemas e histórias de mistério e de terror. Em 1838 escreveu The Narrative of Arthur Gordon Pym (A Narrativa de Arthur Gordon Pym), obra de prosa em que combinou factos reais com as suas fantasias mais insanes.


Em 1839 tornou-se codiretor do Burton's Gentleman's Magazine em Filadélfia, e nesse mesmo ano escreveu várias obras que o tornaram famoso pelo seu estilo de literatura ligado ao macabro e ao sobrenatural. São elas William Wilson e The Fall of the House of Usher (A Queda da Casa de Usher). A primeira história policial surgiu apenas em 1841, na revista Graham's Lady's and Gentleman's Magazine, sob o nome The Murders of the Rue Morgue (Os Crimes da Rue Morgue), e em 1843 Poe recebeu o seu primeiro prémio literário com a obra The Gold Bug. Em 1844 regressou a Nova Iorque e tornou-se subdiretor do New York Mirror.

Na edição de 29 de janeiro de 1845 deste jornal surgiu o poema The Raven (O Corvo), com o qual Poe atingiu o auge da sua fama nacional. 

Dois anos mais tarde morre a sua mulher Virgínia, mas Poe volta a casar, com Elmira Royster, em 1849. Porém, antes disso, Poe publica Eureka, uma obra que deu azo a muita contestação por parte de alguns críticos da época e que é considerada uma dissertação transcendental sobre o universo, muito louvada por uns e detestada por outros. 


 É de regresso à terra natal do seu pai que Poe começa a apresentar indícios de que o problema do alcoolismo já era de certo modo irreversível. De facto, ele esteve na origem da morte do poeta. A obra de Poe é o espelho da sua vida conturbada e dos seus hábitos e atitudes antissociais, que o levavam a ter uma escrita que ia para além dos padrões convencionais. Se por um lado foi vítima de certas circunstâncias que estavam para além do seu controle, como foi o facto de ter ficado órfão aos dois anos de idade, por outro fez-se escravo de um problema - o álcool - que agravaria a sua personalidade já de si inconstante, imprevisível e incontrolável.

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O Jardim das Borboletas de Dot Hutchison

Perto de uma mansão isolada, encontra-se um belo e luxuriante jardim com flores exuberantes, árvores frondosas e... uma coleção de preciosas «borboletas». Jovens mulheres sequestradas e tatuadas para se parecerem as suas homónimas. Quem toma conta deste estranho lugar é o aterrador jardineiro, um homem retorcido, obcecado com a captura e a preservação de seus espécimes únicos.
Quando o jardim é descoberto pela Polícia, uma das sobreviventes é interrogada. Os agentes do FBI Hanoverian e Eddison têm a tarefa de juntar as peças de um dos quebra-cabeças mais complicados das suas carreiras. A menina, cujo nome é Maya, ainda se encontra em choque e o seu relato está cheio de episódios arrepiantes, no limite da credibilidade. Tortura, todas as formas de crueldade e privação pareciam estar na agenda da estufa dos horrores, mas no testemunho da jovem há lacunas e reticências... Maya continua a sua terrível história e os agentes do FBI precisam de descobrir quem, ou o quê, Maya tenta esconder...



Dot Hutchison é autora de livros para jovens adultos, estreia-se no mundo da ficção para adultos com o aterrorizador thriller O JARDIM DAS BORBOLETAS. Classificado pelos leitores de todo o mundo como o thriller mais aterrador que leram nos últimos tempos, tão sinistro quanto O Silêncio dos Inocentes e tão cativante como O Coleccionador de Ossos. Os direitos foram vendidos para treze línguas e os direitos para o cinema estão em opção com duas produtoras especializadas em filmes de terror. www.dothutchison.com
 

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