Um carro é devorado pelas chamas em Tantoberget.
No interior, estão os corpos carbonizados de duas mulheres, as principais suspeitas dos homicídios em série das antigas alunas do internato de Sigtuna que Victoria Bergman frequentou.
Na posse de uma delas, a polícia encontrou várias polaroides das vítimas rodeadas por túlipas amarelas.
A detetive Jeanette Kihlberg compreende que, sob a aparência de suicídio, a febre da morte prossegue o seu caminho.
Sofia Zetterlund mantém as sessões de autoterapia para tentar, finalmente, compreender quem realmente é, ao passo que Victoria Bergman se recusa a ser dominada e ameaça continuar.
Entretanto Madeleine pensa na sua próxima vítima. É tempo de pagar.
No interior, estão os corpos carbonizados de duas mulheres, as principais suspeitas dos homicídios em série das antigas alunas do internato de Sigtuna que Victoria Bergman frequentou.
Na posse de uma delas, a polícia encontrou várias polaroides das vítimas rodeadas por túlipas amarelas.
A detetive Jeanette Kihlberg compreende que, sob a aparência de suicídio, a febre da morte prossegue o seu caminho.
Sofia Zetterlund mantém as sessões de autoterapia para tentar, finalmente, compreender quem realmente é, ao passo que Victoria Bergman se recusa a ser dominada e ameaça continuar.
Entretanto Madeleine pensa na sua próxima vítima. É tempo de pagar.
Jeanette Kihlberg não vai descansar enquanto não conseguir encontrar os culpados, e como até agora, os seus superiores não serão o ideal aliado. Estará Jeanette preparada para um mergulho tão profundo neste sub-mundo?
A relação entre Jeanette e Sofia ganha outro significado. E Vitoria intensifica a sua vontade de emergir.
Como um devoto leitor de nordic noir, esta é
de facto uma trilogia espantosa, com uma evolução extraordinária entre os livros.
Perguntaram-me se era melhor que a trilogia de Stieg Larsson, e para mim a
resposta é simples, são livros diferentes, ambos com muita intensidade e
personalidade. Jogam em espaços (“campeonatos”) diferentes.
Quanto à trilogia: "A rapariga-corvo" (livro 1),
considerei-o espectacular e serviu para construir a estrutura da trilogia, o
"Fome de Fogo" (livro 2) sofreu visíveis evoluções, achei-o mais robusto, mais
complexo e provocador. O terceiro "As instruções da Pitonisa" (livro 3) é o
culminar com mestria da trilogia, dando argumentos sólidos para a sua leitura e
quebrando a previsibilidade, acabando por ser audaz e provocando o leitor com o
desfecho.
O que me apaixona neste sub-género
("Nordic noir") é uma escrita mais crua, mais verosímil. Uma escrita
mais próxima que explora as fragilidades humanas e expõe coerentemente a parte
mais sombria da existência humana, sem grandes filtros.
Relativamente ao livro: "As instruções da
Pitonisa". A escrita é intensa, clara e envolvente. Excelente dinamismo,
boa fluidez e uma leitura viciante.
A estrutura, como em livros anteriores,
divide-se entre o presente e o passado, ajudando a compreender a envolvente do enredo.
O livro tem um detalhe interessante, no início
existe uma lista das personagens e um pequeno texto para relembrar o leitor, ou contextualiza-lo. Não
é nada inédito, é certo, mas mostra preocupação e melhora substancialmente a
experiência do leitor.
Um dos pontos fortes deste livro prende-se com
o facto de haver muitas reviravoltas e colocar em causa muitas das
"certezas" e ideias que vamos construindo ao longo dos dois primeiros
livros, o que o torna sedutor e provocador ao mesmo tempo.
Sem contudo beliscar a obra, que acho
extraordinária, há um detalhe que gostaria de referir, falta a tradução de
algumas frases em alemão e inglês, embora a sua falta não coloque em causa a compreensão
do contexto. Mas que, como disse, no meio de uma grande obra é um detalhe que
perde o seu significado.
Quanto ao desfecho, e não querendo desvendar
nada, julgo que vai ser, no mínimo, controverso para muitos leitores! Eu, pessoalmente, adorei o desfecho, por muitas razões. A
primeira prende-se pela coragem dos autores nas opções tomadas, não são todos
os autores que se expõem desta maneira e optam por caminhos mais tradicionais.
Gostei também do sabor agri-doce que fica pela conjugação da punição dos
culpados e do término da investigação. Gostei ainda do realismo do mesmo, da
falta subterfúgios para nos apresentarem um final cor de rosa. Acho que este
tipo de desfecho é mais coerente com o sub-género.
A trilogia Victoria Bergman construiu um
espaço próprio na literatura nordic noir, inovando e diferenciando-se na linha
da frente da escrita nórdica.
A não perder. Recomendadissimo.