«Partilha os mesmos pontos fortes que Em Parte Incerta mas é ainda melhor.»
Entertainment Weekly
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Ted
Severson e Lilly Kintner conhecem-se num aeroporto de Londres.
Conversam e bebem demasiados martinis enquanto aguardam pelo embarque
num voo para Boston. Embalados pela bebida, os dois iniciam um estranho e
arriscado jogo em que revelam pormenores da sua vida privada. Ted conta
que a mulher, Miranda, o trai, chegando a dizer que tem vontade de a
matar. Para sua surpresa, a enigmática Lilly mostra -se disposta a
ajudá-lo. Se todos nós morremos, que diferença fará punir pelas próprias
mãos quem merece ser punido? Mas Lilly não revela a Ted o seu passado
tortuoso e sinistro. Assim começa uma perigosa e fatal corrida contra o
tempo.
O autor escreve magistralmente, deixando o leitor em estado de permanente tensão, choque e expectativa mantendo-o dentro do seu jogo psicológico. Um livro impregnado de ação, suspense e adrenalina, reviravoltas e imprevisibilidade. Figurou durante meses em todas as listas de bestsellers do Reino Unido.. .
O autor escreve magistralmente, deixando o leitor em estado de permanente tensão, choque e expectativa mantendo-o dentro do seu jogo psicológico. Um livro impregnado de ação, suspense e adrenalina, reviravoltas e imprevisibilidade. Figurou durante meses em todas as listas de bestsellers do Reino Unido.. .
Eu gosto dos livros por múltiplas razões.
Um livro pode conquistar-me com vários argumentos: por personagens extraordinárias, pela intensidade da história, pela sobriedade e arrojo da escrita, pelos revés ou imprevisibilidade do enredo, entre outros. Neste caso o que para mim me fascinou e sobressaiu foi a mecânica da escrita! A forma eficaz como estava estruturada a trama e as perspectivas das personagens!
A escrita é clara, com grande potencial e se o leitor
estiver atento facilmente consegue perceber o cuidado com o detalhe das cenas.
Como exemplo chamo a atenção para a interessante descrição que o autor dá às
personagens que têm um cigarro (!) e como esses gestos revelam por si só um
estado de espírito (ansiedade, nervosismo, determinação,...) ou uma atitude, contextualizando
e credibilizando a personagem. A descrição utilizada é meticulosa mas subtil
construindo realistas cenários e criando um ambiente sóbrio.
Quanto à estrutura.
O livro é dividido em 3 partes. A primeira "As regras
dos bares de aeroporto", a segunda parte (p128) aparece a 46% do livro:
"A casa em obras" e a terceira (p217), a 78% do livro trás o desfecho
da história e dá pelo nome de "Esconder bem os corpos".
Os narradores não são estáticos, isto é, em cada capítulo há
no mínimo 2 perspectivas - 2 narradores, contudo, de capitulo para capitulo há
personagens secundárias que ganham protagonismo e ascendem a narradores. O
alternar entre perspectivas é acompanhado por oportunos flashbacks. O efeito
conseguido com estes mecanismos não só serve para dar uma visão mais ampla ao
leitor, serve também a trama trazendo mistério e suspense quanto aos eventos
futuros.
A história é cativante, simples e ainda assim muito
suculenta como eu gosto.
Peter Swanson tem um potencial imenso, com uma
aparente simplicidade no enredo e na evolução da história dá fluidez à leitura
e esconde atributos e uma complexidade invejável na trama.
Quanto às personagens, Lily é peculiar e com uma moral muito
própria e ajustada aos seus interesses. Consegue com relativa facilidade criar
empatia com o leitor.
Quando comecei a ler o livro, desde logo comecei a tecer uma
teoria da hipotética evolução e desfecho do livro, tudo parece fácil e discernível, mas será assim tão linear? Prepare-se porque o autor vai surpreendê-lo como me surpreendeu a mim. Não
confie nas suas certezas porque o autor não tem problemas de dar voltas de
360º! A partir da primeira reviravolta coloquei tudo em dúvida...
Recomendo. Um livro que não vai querer perder.