Um
rabino é encontrado morto numa das mais famosas sinagogas de Londres. O
corpo, disposto como num quadro renascentista, representa o sacrifício
do filho de Abraão, patriarca do povo judeu.
O caso parece ficar encerrado quando um jovem professor universitário a lecionar numa das faculdades da cidade é acusado do homicídio.
Mas é então que ocorrem outros crimes, recriando episódios bíblicos em circunstâncias cada vez mais macabras. E as dúvidas instalam-se.
Estarão ou não estes acontecimentos relacionados?
Porque insistirá a sua família em pedir ajuda a um antigo professor, ele próprio ainda em conflito com os seus próprios pecados?
As autoridades contratam uma jovem profiler criminal para as ajudar a descobrir a verdade. Mas conseguirá esta mente brilhante ultrapassar o facto de também ela ter sido uma vítima no passado?
O caso parece ficar encerrado quando um jovem professor universitário a lecionar numa das faculdades da cidade é acusado do homicídio.
Mas é então que ocorrem outros crimes, recriando episódios bíblicos em circunstâncias cada vez mais macabras. E as dúvidas instalam-se.
Estarão ou não estes acontecimentos relacionados?
Porque insistirá a sua família em pedir ajuda a um antigo professor, ele próprio ainda em conflito com os seus próprios pecados?
As autoridades contratam uma jovem profiler criminal para as ajudar a descobrir a verdade. Mas conseguirá esta mente brilhante ultrapassar o facto de também ela ter sido uma vítima no passado?
Foi com grande expectativa que li Pecados Santos de Nuno
Nepomuceno.
Nota prévia:
Nuno Nepomuceno é um autor dotado, reconhecido e acarinhado
pela generalidade dos bloggers literários portugueses que versam sobre
thrillers. É impossível não ficar contagiado com a força de vontade demonstrada
e que é necessário ter para vingar no mundo literário. O mercado nacional é
pequeno e fazer nome neste meio sem um "apoio forte e consistente" em
várias áreas parece uma tarefa herculana!
O leitor mais atento perceberá que Nuno é um
"guerreiro", com uma vontade acérrima, desdobra-se para oferecer um
contacto muito próximo ao seu leitor. Esse contacto, menosprezado por outros
autores tem sido, na minha perspectiva, prova de uma humildade dignificante e tornou-se
marca pessoal do autor. É certo que isto tem um custo a nível pessoal para o
próprio autor... o tempo não estica e as redes sociais são muito sôfregas na
atenção que "exigem".
Para mim enquanto blogger e acima de tudo enquanto leitor é
uma honra e um prazer poder ler Nuno Nepomuceno porque os livros encerram não
só uma história mas algo bem mais profundo, algo que é fruto de uma dedicação e
entrega que sinto tão próxima e tão intima. É como acompanhar o crescimento de
uma árvore, vê-la ganhar força, convicção e singrar por mérito próprio.
Indo ao livro:
Depois da trilogia "Freelancer" ("O Espião
Português", "A Espia do Oriente" e "A Hora Solene")
que tem como personagem principal "André Marques", o autor
ofereceu-nos "A Célula Adormecida" que versa sobre um atentado
terrorista em Lisboa reivindicado por Daesh. Com foco no Islamismo. Um tema
actual e muito bem explorado com o Prof. Afonso Catalão como personagem
central. O professor Afonso é também a personagem principal do último livro do
autor: "Pecados Santos" que por sua vez tem como pano de fundo o Judaísmo.
"Pecados Santos" tem por base alguns homicídios de
cariz religioso uma vez que parecem retratar episódios bíblicos. Num desses
crimes é suspeito o filho de uma ex-namorada de Afonso que por essa via, numa
primeira fase, se vê envolvido na investigação. Será que há relação entre todos
os crimes? Será essa a chave para inocentar o jovem? Estará Afonso disponível em revisitar o seu passado?
Mais uma vez Nuno ganha pontos!
Consegue um livro pleno de emoção e com profundidade. Gostei como o livro foi trabalhado e gostei do facto da sua construção tivesse privilegiado a harmonia e um conveniente encadeamento das cenas.
Afonso, a personagem principal, continua muito enigmático,
com muito potencial para livros posteriores. Faz-me lembrar de alguma forma de André
Marques personagem de outros livros do autor.
Aqui conhecemos um pouco mais de Afonso, os flashbacks contextualizam a história.
Gostei de uma nova personagem chamada à história - a psicóloga
criminal - uma personagem marcada por um acontecimento trágico na primeira
pessoa. Apresenta-se frágil e ainda assim arguta nas ilações. O papel que lhe
foi atribuído foi inteligente.
Gosto de ver numa personagem esta mistura de pontos fortes e
fracos bem desenhados e coerentes com o seu papel na história.
Não tenho duvidas que o Nuno está a marcar de uma forma
indelével a ficção em Portugal. Com a dose certa de arrojo, trabalho duro,
honestidade e humildade.
Tal como no livro precedente o livro oferece um mergulho em
culturas religiosas diferentes, neste caso o Judaísmo, e fá-lo com uma
abordagem despida de preconceito, muito elucidativa e educativa. Foi com
curiosidade que me inteirei da razão de vários procedimentos religiosos que
antes eram uma incógnita para mim.
O livro trouxe um interesse renovado por
estas temáticas, levou-me a questionar, a querer saber e a compreender! E só
por isto valeria a pena ler o livro.
É de notar que a investigação do autor transparece em todo o
livro oferecendo ao leitor muito mais que uma boa história de ficção. Sente-se
o conforto e confiança no discorrer do discurso.
A sua escrita tem-se mostrado consistente, harmoniosa e tem evoluído
paulatinamente, como convém.
Gostei do final ... Inesperado. ;)
Da entrevista que vi do autor suspeito que o cristianismo pode vir a ser a temática do próximo livro. :)
Só posso recomendar.