Archive for julho 2016

Opinião: O Silêncio do Mar de Yrsa Sigurdardóttir





 



Um iate de luxo chega à marina de Reiquiavique sem ninguém a bordo. O que aconteceu à tripulação e à família que seguia nele quando zarpou de Lisboa? Um iate abandonado e uma jovem família desaparecida - um romance policial arrepiante pela pena da rainha do noir nórdico.  

O melhor e mais assustador romance que Sigurdardóttir escreveu até hoje e um bestseller internacional.

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Um iate de luxo parte de Lisboa com 7 passageiros e chega à marina de Reiquiavique sem ninguém! O que terá acontecido? Thóra, a advogada contratada para accionar o seguro de vida de dois dos passageiros, AEgir e Lara, começa a investigar a verdadeira razão daquele evento misterioso. Mas como provar que alguém morreu se não há corpos?




Yrsa Sigurdardóttir, é para mim uma autora especial. Exímia na arte de surpreender e chocar o leitor desde a primeira à última página. Julgo que o seu poder está na camuflada intensidade das suas palavras. Na flexibilidade e facilidade que tem em recorrer a uma linguagem marcante e incisiva, de uma forma fluída, equilibrada e de astuciosa perícia.


Sempre que leio um livro de Yrsa, ofereço-lhe um olhar atento, atempado e cuidado, pois a sua escrita é das poucas que tem o condão de me conseguir afectar!


Considero a sua escrita profundamente emocional, uma vez que nos compele a abandonar a parte racional, invocando e despertando os nossos instintos naturais. É das únicas autoras que me consegue arrepiar, e isto de uma forma tão subtil que me leva a desarmar e entregar à sua história sem qualquer resistência.


Lembra-me o título de uma conhecida canção de Britney Spears: "Oops!...(She) Did It Again". :)


As 444 páginas, mantêm o leitor literalmente à deriva, uma vez que não conseguimos prever o rumo que a história vai ter. Por mais teorias que formemos todas estão condenadas ao fracasso. Nem mesmo o facto de termos lido alguma obra de Yrsa, não nos dá vantagem na descoberta do rumo que a história leva, bem pelo contrário.


A história é contada com recurso a flashbacks, ora estamos com Thóra a investigar, ora vivemos a turbulenta viagem dos 7 passageiros com AEgir.

A autora consegue assim manipular a percepção do leitor. Efeito muito bem conseguido.


Das personagens, gostei muito de Bella, o episódio da fotocopiadora e o da ligação à internet arrancaram-me alguns sorrisos.


Se me pedissem para definir o livro numa só palavra escolheria a palavra "suspense". 


Nas muitas teorias que formulei durante a leitura, sendo sincero, nenhuma delas se mostrou sequer perto da solução que no final nos foi revelada.  O que para mim enriquece em muito a história. 


Não me agrada conseguir antecipar desde logo o final. Gosto do jogo que um livro providencia, o desafio!, a tentativa de desvendar, com os escassos indícios e pistas, o desfecho. E no fim, gosto de ser surpreendido. É como num truque de magia, durante o qual tentamos descobrir o truque, mas se o logramos, perde todo seu encanto.



Gostei, e recomendo.

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Verdade Escondida de Mary Kubica


«Um thriller cheio de suspense que deixará o leitor na expetativa até ao final.» Booklistt


NÃO IMPORTA O QUÃO RÁPIDO
CONSEGUIMOS CORRER…
O PASSADO ACABA SEMPRE
POR NOS ALCANÇAR.

Quinn Collins acorda e não encontra a amiga com quem partilha a casa na cidade de Chicago. O quarto dela tem a cama vazia e a janela aberta, e Quinn recorda-se vagamente de ter ouvido um rangido durante a noite. Esther Vaughan desapareceu sem deixar rasto. Entre os pertences da amiga encontra uma carta enigmática, assim como outros objetos que colocam em dúvida se Esther será a pessoa que Quinn julgava ser.


Entretanto, numa pequena cidade perto de Chicago, uma rapariga misteriosa aparece num café onde um jovem chamado Alex Gallo trabalha. Alex sente-se desde logo atraído por ela, mas acaba por descobrir algo obscuro e sinistro que porá em causa os seus sentimentos.


Enquanto Quinn continua em busca de respostas para o desaparecimento de Esther, e Alex tenta saber mais sobre a rapariga desconhecida, forma-se um enredo de ilusões que ameaça esconder uma dura e chocante verdade. Quem será aquela estranha rapariga?


 
Mary Kubica tem um Bacharelato em História e Literatura Americana pela Universidade de Miami (Ohio).

Vive nos arredores de Chicago com o marido e os dois filhos e gosta de fotografia, de jardinagem e de cuidar de animais abandonados num abrigo local.

É autora de dois bestsellers, Não Digas Nada e Vidas Roubadas (publicados pela Topseller). O primeiro valeu-lhe uma nomeação para o Strand Magazine Critics Award como Melhor Romance de Estreia, e outra para o Goodreads Choice Award na

categoria de novos autores de thriller e mistério de 2014.

Saiba mais sobre a autora em www.marykubica.com

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O Homem que Matou Sherlock Holmes de Graham Moore

Um thriller emocionante através de uma viagem pelos casos clássicos de Sherlock Holmes. Londres vitoriana: Enquanto o mundo chora a morte do detetive fictício Sherlock Holmes, Arthur Conan Doyle tem uma nova preocupação. 

Um encontro casual coloca-o no caminho de um assassino brutal que tem como alvo sufragistas. Juntamente com o seu amigo Bram Stoker, Sir Arthur deambula pelas ruas escuras da cidade à procura de um assassino que está determinado a evitar a captura... Nona Iorque nos dias de hoje: 

O maior estudioso mundial de Sir Arthur Conan Doyle, Alex Cale, no dia que vai revelar o diário perdido daquele, é encontrado estrangulado, no seu quarto de hotel, onde alguém escreveu, com sangue, a palavra: "Elementar". 

Só o investigador literário Harold White está familiarizado com os mistérios arcanos dos romances de Sherlock Holmes para conhecer as pistas que o assassino deixou e que o levarão até um assassino preparado para não se deter perante nada, ao mistério do diário desaparecido de Conan Doyle, e a um grande segredo que o próprio Doyle arriscou tudo para esconder... .



Graham Moore, escritor de sucesso e realizador, vive e, Loa Angeles. O seu guião de "O jogo da imitação", para além de vencer o Óscar a melhor guião adaptado, foi nomeado para um BAFTA e um Globo de ouro.
 

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Confissões de Kanae Minato

Os seus alunos assassinaram a sua filha. Esta é a sua vingança. Os seus alunos assassinaram a sua filha. Ela não quer justiça, só vingança. Depois de um noivado que acaba em tragédia, tudo o que resta na vida a Yuko Moriguchi é a sua filha, de quatro anos, Manami. 
 
Quando esta é encontrada afogada na piscina da escola Yukodecide aposentar-se. Mas antes deve dar uma última lição. Um mês depois do sucedido, a Professora Moriguchi, no seu discurso de despedida, acusa dois estudantes de matar a sua filha e anuncia a sua vingança pessoal, atroz e imediata, mas concebida de modo a que as devastadoras consequências ocorram lentamente para que os jovens tenham tempo de se arrepender e passem o resto dos seus dias suportando o peso da culpa. "Confissões" é um romance narrado a várias vozes, magistralmente construído onde o suspense é mantido até o fim, quando as diferentes peças encaixam. Mas também é uma reflexão sobre o sistema educativo, os laços familiares, o comportamento humano, o amor e a vingança. .



Kanae Minato nascida em Hiroshima, Japao, e uma autora de grande sucesso. E
considerada a rainha do "iyamisu", um subgénero dos romances de mistério que
contam sucessos aterradores e se focam no lado obscuro da natureza humana.
Corfissões, 0 seu primeiro romance, vendeu mais de três mllhões de cópias só no
Japão, sucesso repetido em todos os países onde foi publicado. Ganhador de vários
prémios literários no seu pais natal como o Melhor Thriller de Novos Autores e o
Prémlo Nacional de Livreiros. Também nos Estados Unidos foi considerado um dos
melhores thrillers do ano, segundo a Booklist e The Wall Street Jornal. 
 

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O Diário Secreto de Laura Palmer de Jennifer Lynch

Laura Palmer a rapariga de rosto doce de Twin Peaks escondeu as suas acções mais sombrias e os sonhos mais retorcidos num diário secreto, a partir dos doze anos... até ao dia em que foi assassinada.

O diário contém pistas importantes sobre a identidade do seu assassino. E, para os habitantes de Twin Peaks, tem início um mistério que irá obcecá-los a todos...



Jennifer Lynch, nascida a 7 de Abril de 1968, é uma realizadora norte-americana e argumentista. É filha de David Lynch, o criador da série Twin Peaks, e tornou-se mais conhecida com o livro O Diário Secreto de Laura Palmer .
 

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Quero-te Morta de Peter James




Quando uma mulher conhece o atraente e charmoso Bryce Laurent através de um site de encontros, a atração é imediata. 

Contudo, à medida que a ligação entre eles se torna mais intensa, a verdade sobre o passado de Bryce, e o seu lado mais negro, começam a emergir. Tudo o que contou sobre a sua vida revela-se uma teia de mentiras e, aos poucos, a paixão de Red Westwood converte-se em terror.
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http://www.clubedoautor.pt/public/ClubeDoAutor/Peter James estudou em Charterhouse, e depois na escola de cinema. Viveu nos Estados Unidos durante vários anos, onde trabalhou como argumentista e produtor de filmes (os seus projectos incluíam a galardoada série Dead of the Night), antes de regressar a Inglaterra. 

Os seus romances anteriores, incluindo o best-seller Possession, foram traduzidos em 26 línguas. Todos os seus livros reflectem um profundo interesse pela medicina, a ciência e o paranormal. Recentemente produziu vários filmes, incluindo O Mercador de Veneza, protagonizado por Al Pacino, Jeremy Irons e Joseph Fiennes; e The Bridge of San Luis Rey, com Robert de Niro, Kathy Bates e Harvey Keitel. Foi também co-autor da famosa série Bedsitcom do Channel 4, nomeada para um Rose D’Or, e presentemente colabora na adaptação para televisão do seu primeiro romance Despedida de Solteiro (Gótica 2006). Peter James ganhou o Prémio de Melhor Escritor Policial do Ano de 2005 da Krimi-Blitz, na Alemanha, e Despedida de Solteiro venceu o Internacional Prix Polar 2006 e o Le Prix Coeur Noir 2007 em França. Peter James divide o seu tempo entre as suas casas em Notting Hill, Londres, e no Sussex. .

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Opinião: Nunca Perdoar, Nunca Esquecer de Chelsea Cain





 

Kick Lanning, 21 anos, é uma sobrevivente. Raptada aos seis anos, a família, a polícia, bem como a comunidade, assumiram que o pior tinha acontecido. 

Mas é encontrada viva seis anos depois. Submetida a toda uma série de terapias para a ajudar a superar o trauma, é só quando canaliza as suas forças e raiva para a luta que Lannigan se sente melhor. 

Aos 13 anos, começa a aprender todo o tipo de artes marciais e técnicas de luta, jurando que nunca mais voltará a ser vítima. 

Quando duas crianças desaparecem na área de Portland, Kick é abordada por um enigmático homem de nome Bishop que a convence de que a sua experiência e habilidades podem ajudar a salvar as vítimas. Mal sabe ela que o caso irá desvendar o seu próprio passado aterrorizador......






Kick, raptada com 6 anos, agora com 21 anos, ficou marcada para sempre!


Numa vida ensombrada por este evento, Kick dedica-se a seguir o rasto de crianças que desaparecem e a tentar encontrar conexões entre elas com a ajuda do seu irmão.


Quando duas crianças desaparecem, Bishop, um homem misterioso, aborda-a, e pede a sua ajuda.  Estará ela preparada para o que lhe pede? Poderá ela confiar em Bishop?



É o primeiro livro da autora que leio. Já tinha sido aliciado a "ler" a autora no passado e eis que surge a oportunidade através do primeiro livro da série #Kick Lannigan, através da Saída de Emergência. Oportunidade que agarrei com muita satisfação.


Apesar de ter um tema forte subjacente, o rapto e a pedofilia, achei extraordinária a abordagem ao tema. Sem utilizar uma abordagem descritiva da temática que vise chocar, Chelsea Cain, conta-nos a história com eloquência tal que criamos desde logo laços com Kick e que deixa, a meu ver, um maior destaque à história e ás personagens em si.


Volvidos dois dias de uma leitura rápida e vertiginosa, ainda não consigo distinguir qual dos elementos me apaixonou mais! Se foi a escrita fluída e límpida, ou a intensidade da história, ou mesmo as personagens coerentes e verosímeis. Mas, no conjunto, foram estes os elementos que deram um ímpeto de voracidade à leitura deste livro.


Deixem-me fazer uma correcção, não li este livro!, parece-me que a palavra "devorei" se adequa mais. Contestei o sono com convicção que pela madrugada me tentou, e desde logo percebeu que era uma batalha perdida. Foi, de facto, uma leitura deliciosa.


Há um detalhe, no meio do livro, que adorei. A autora, muito oportunamente começa a semear a dúvida de uma forma mais explicita, e este pequeno detalhe, ainda que possa passar desapercebido, é o inicio de uma alteração da abordagem da leitura por parte do leitor, ainda que inconscientemente. (Isto para quem gosta da mecânica da escrita de ficção - ou escrita criativa - poderá ter um valor acrescido.) 
 

Gostei do final. Transformou-se numa porta entreaberta, para todo o tipo de especulações, sem contudo, deixar de finalizar a história.


Quanto às personagens:

Kick é uma personagem verosímil. Se fosse uma super mulher, com convicção de ferro não me atrairia tanto. Gostei da fragilidade, dos estados de alienação em que por vezes de via mergulhada. No limbo que caminhava, entre a mágoa e o sentimento de pertença, entre o certo e o errado. A fragilidade e a força que se opunham e irradiavam dela. O que a define melhor seria dizer que é uma mulher que vive numa constante luta, quer interna, quer externa, de sobrevivência e de adaptação.
 

Tudo isto é-nos mostrado linearmente no desenrolar do livro, na escrita capaz e assertiva da autora.


Quanto a Bishop, cabe a parte do mistério e da dúvida. Um homem com uma profissão estranha, experiente, que vive nas sombras. Obviamente, o facto de a história ser contada pela perspectiva de Kick, levanta muitas dúvidas, e dá uma visão subjectiva ao leitor, o que ajuda a enfatizar um relativo mistério e a alimentar a dúvida, com convém.


Muito bom. Espero que a Saída de Emergência, nos continue a oferecer esta série, que ao que pude ver já vai no segundo livro.

Deixo-vos uma entrevista descontraída da autora para conhecermos um pouco de Chelsea Cain.

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