Archive for abril 2019

Leão de Mons Kallentoft & Markus Lutteman



A Unidade Especial da Polícia Criminal de Estocolmo recebe um vídeo onde se pode ver um rapazinho aterrorizado fechado numa jaula. O raptor aparece em segundo plano, escondido numa pele de leão, por baixo de um relógio em contagem decrescente.

Ao ver que o vídeo foi colocado na Internet em tempo real, o jovem detetive Zack Herry compreende que não há um minuto a perder se quer evitar que a criança conheça o mesmo destino de uma primeira vítima, encontrada crucificada no cimo de uma chaminé de uma fábrica desmantelada.


Mas Zack corre o risco de perder tudo: a sua luta contra a toxicodependência, o seu amigo Abdula, a confiança da sua colega Deniz, e também de Ester, a jovem adolescente que vive no andar de cima. A morte ronda impiedosa e os dilemas acumulam-se para Zack que joga, literalmente, à roleta russa, correndo o risco de morrer ou tomar-lhe o gosto.


Numa Estocolmo sombria e glacial, Zack entra numa corrida contra o tempo, e são muitos os desafios que tem de enfrentar, alguns assumindo por vezes o azul-metálico dos olhos de uma misteriosa mulher…


 
Terá Mons Kallentoft nascido para escrever? Sim, talvez, porque, considerando as suas origens, a literatura não era o seu caminho mais óbvio.

Kallentoft nasceu numa pequena cidade de província numa família da classe operária onde os livros eram um fenómeno raro. Passou a infância e os primeiros anos da adolescência a jogar futebol e hóquei no gelo, até que uma grave lesão desportiva o manteve durante um longo tempo imobilizado. Foi então que, aos 14 anos, descobriu a literatura: Kafka, Hemingway e George Orwell abriram-lhe as portas de mundo completamente novo.
O caminho para o seu percurso de escritor passou pela publicidade, o jornalismo e os bairros mais sombrios de Madrid.

O seu livro de estreia, Pesetas , recebeu o prémio da Associação Sueca de Escritores para um primeiro livro.

Depois de dois outros romances e de um livro sobre viagens e comida, Mons Kallentoft escolheu dar o seu toque pessoal ao clássico romance policial sueco. O sucesso foi imediato.

O primeiro livro da série protagonizada por Malin Fros recebeu os elogios unânimes e conquistou os primeiros lugares das tabelas de vendas.


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Opinião: Uma Gaiola de Ouro de Camilla Läckberg



«Como a vingança de uma mulher pode ser bela e brutal.» 

 



Uma história dramática sobre fraude, redenção e vingança.

Uma Gaiola de Ouro é um romance destemido sobre uma mulher que foi usada e traída, até tom
.
 
Com uma infância marcada pela violência e pela morte, Faye começa uma nova vida quando deixa Fjällbacka para trás e vai estudar para a universidade, em Estocolmo. Aí conhece o grande amor da sua vida, o jovem aristocrata Jack von Essen, com quem se casa e tem uma filha, Julienne. 

Quando, anos mais tarde, Faye descobre que Jack mantém uma relação com outra mulher e quer o divórcio, todo o seu mundo se vira de pernas para o ar. Sem casa própria, sem família e sem dinheiro, 
 
Faye vê-se forçada a procurar a jovem corajosa,inteligente e independente que fora em tempos. Ao mesmo tempo que recupera a sua força interior e a vontade de viver sem depender de nenhum homem, nasce uma necessidade de vingança. 

 



Camilla Lackberg é uma escritora engenhosa e neste livro a autora apresentou-se com um peculiar lascivo arrojo ...! 

A imprensa internacional, no início do ano anunciava que a autora tinha divulgado no seu instagram um novo livro a ser lançado simultaneamente em todo o mundo dia 11 de Abril: "Golden Cage". Relatava também que o livro não fazia parte da célebre série "Fjällbacka", série essa que me fez render à sua escrita e me tornou um devoto fã. Segundo a imprensa a autora apresentava este projecto com um desafio a si própria.



Quanto ao livro:

Nas primeiras páginas tropecei numa personagem que se antecipava demasiado linear e previsível, submissa. Faye é uma mulher que abdicou da sua vida profissional em prol de uma dedicação plena à família, e que se concentrou em demasia no sonho do marido abdicando do seu. Uma mulher que vive de e para as aparências.

  
Antecipei de imediato um desfecho para a história: mulher traída que se vinga do seu marido e ao mesmo tempo ascende ao seu lugar por direito próprio. Não que não gostasse da evolução prevista mas parecia-me uma receita há muito repetida, e nesta fase da minha vida procuro algo que saia dos moldes, que me surpreenda. Fiquei com receio que a autora, que tantas vezes me entreteve por horas tardias adentro, me desiludisse.


Mas ao longo da trama Faye revela-se não só enquanto personagem, como seria de esperar, mas numa perspectiva mais obscura e consequentemente mais gratificante!




Camilla vai alimentando um certo mistério em torno de Faye, uma promessa que vai ganhando forma a cada página lida. 


O plano, que permanece escondido quase até ao final, é o veículo que nos vai alimentando a curiosidade e a avidez da leitura. A história desenvolve-se acompanhada de vislumbres de um passado nubloso que vai ganhando nitidez e nos vais oferecendo uma imagem mais fiel da personagem. 


É um livro de leitura fácil e fluída que surpreende o leitor em diversas alturas da história, com alguns reveses pelo meio. 


Neste livro achei curioso a autora deixar determinadas situações em aberto! Deixar alguns pecados da personagem pendentes de punição. O mundo real reflecte isso mesmo, as inconsistências e imperfeições da vida… ou ... poderá haver outras razões para essa opção.




Camila reforça de alguma forma a sua predilecção por personagens femininas fortes, obstinadas e determinadas. Existem no livro alguns desenvolvimentos que necessitariam, quanto a mim, de ser melhor trabalhados para serem mais verosímeis, mas nada que afecte a história como um todo. 


Há de facto várias mudanças em relação às opções dos livros anteriores que caberá ao leitor opinar se são melhores, piores ou apenas uma nova faceta da autora.


Este livro foi o meu companheiro da viagem de retorno a casa durante escassos dias. No final do dia, no metro pegava no livro e embrulhava-me na história até chegar a casa.




Boas leituras.






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Prémio Livro do Ano - Berrand - Os 30 finalistas


Já são conhecidos os 30 finalistas da 3.a edição do primeiro prémio literário português atribuído por livreiros e leitores, o Prémio Livro do Ano Bertrand, lançado em 2016 pela Livraria Bertrand.

Os 149 títulos apresentados a votação, distribuídos por quatro categorias – Melhor livro de ficção lusófona; Melhor livro de ficção de autores estrangeiros, Melhor reedição de obras essenciais e Melhor livro de poesia –, resultaram de um trabalho de pré seleção que procurou distinguir os livros, em prosa e poesia, que marcaram o último ano editorial, e contou com o valioso contributo dos jornalistas Inês Fonseca Santos e Sérgio Almeida.



A partir de um convite endereçado pela Livraria Bertrand, todos os livreiros e leitores Bertrand puderam votar nos seus livros preferidos. 


Desta 1.a fase de votações, que teve início em Fevereiro, e decorreu até dia 13 de Março, resultaram os finalistas de cada uma das quatro categorias, que podem ser consultados em: www.bertrand.pt/template/premio-livro-do-ano-bertrand


Melhor Livro de Ficção Lusófona 

  • A Amante do Governador – José Rodrigues dos Santos 
  • D. Maria I – Isabel Stilwell 
  • O Homem Mais Feliz da História – Augusto Cury 
  • Princípio de Karenina – Afonso Cruz 
  • A Última Porta Antes da Noite – António Lobo Antunes 
  • Ensina-me a Voar Sobre os Telhados – João Tordo 
  • Jogos de Raiva – Rodrigo Guedes de Carvalho 
  • O Mistério do Caso de Campolide – Francisco Moita Flores 
  • Eliete – Dulce Maria Cardoso 
  • Pão de Açúcar – Afonso Reis Cabral 

Melhor Livro de Ficção de Autores Estrangeiros
  • O Tatuador de Auschwitz – Heather Morris 
  • Chama-me pelo teu Nome – André Aciman 
  • Cada Suspiro Teu - Nicholas Sparks 
  • A Morte do Comendador I - Haruki Murakami 
  • Os Dez Espelhos de Benjamin Zarco - Richard Zimler 
  • Sangue e Fogo - A História dos Reis Targaryen - George R. R. Martin 
  • O Homem de Giz - C. J. Tudor 
  • O Desaparecimento de Stephanie Mailer - Joël Dicker 
  • Um Gentleman em Moscovo - Amor Towles 
  • A Minha Avó Pede Desculpa - Fredrik Backman 
  • Melhor Livro de Poesia 
  • Nómada - João Luís Barreto Guimarães 
  • Obra Poética I - António Ramos Rosa 
  • As Lições da Intimidade - Luis García Montero 
  • Poesia Reunida - Manuel Resende 
  • Agon - Luís Quintais

Melhor Reedição de Obras Essenciais

 
  • Dona Flor e os Seus Dois Maridos - Jorge Amado 
  • A Leste do Paraíso - John Steinbeck 
  • Os Três Mosqueteiros - Alexandre Dumas 
  • Odisseia de Homero – Homero 
  • Fahrenheit 451 - Ray Bradbury 

No dia 23 de Abril, será divulgado o vencedor de cada categoria, numa cerimónia a realizar na Livraria Bertrand Chiado, aos quais será reservado um lugar de destaque nas livrarias Bertrand, ao longo de todo o ano de 2019.

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