Opinião: Desaparecidos by Tana French


Desaparecidos by Tana French

Título: Desaparecidos

Autor: Tana French

Págs: 496

Editora: Civilização

Género: Policial / Thriller



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«Aquilo que vos estou a dizer, antes de começarem a ler a minha história, é isto - duas coisas: eu procuro a verdade. E eu minto.»




Após a minha leitura do livro “Sombras no Passado”, e do impacto que teve em mim, ansiava ter a oportunidade de ler outro livro de Tana French.

Rob Ryan e Cassie Maddox, detectives da divisão de Dublin, vêm-se perante um homicídio complexo. Katy Devlin, uma rapariga de 12 anos é encontrada morta numa escavação arqueológica ao lado de um bosque. As pistas são escassas e as linhas de investigação teimam em não dar frutos…

O bosque esconde também um episódio misterioso… Vinte anos atrás, naquele mesmo bosque, entraram 3 crianças, e apenas saiu uma. Do trauma resultou a perda de memória da criança, e por mais que a questionassem, a criança em choque, nunca conseguiu explicar/lembrar o que aconteceu. Essa criança era Rob Ryan, e esse é um passado que quer manter escondido …

A evolução da personagem de Rob Ryan, e a sua evolução no enredo é deliciosa.
Este livro marca pela diferença da generalidade dos livros, não se prende na obrigatoriedade de um final dentro dos moldes convencionais, o que só lhe dá créditos e o torna singular, destacando-o.
Este foi o livro estreia de Tana French, e foi uma estreia magnífica. 

A forma sublime como Tana French consegue fazer as descrições, e consegue que o leitor tenha a percepção exacta daquele momento, que identifique e reviva aquela exacta sensação que atravessa a personagem, é vertiginosa. 

As personagens têm profundidade, consistência, complexidade, são verosímeis e têm a almejada tridimensionalidade, qualidades que na minha opinião só estão ao alcance de poucos autores.  Presumo que a sua anterior profissão de Tana French, actriz, tenha ajudado no desenvolvimento da sua percepção peculiar e dotada na construção das personagens.

Este é um daqueles livros com que nos envolvemos profundamente, no qual mergulhamos e criamos uma relação intima, egoísta e dependente.



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