Opinião: Os 500 de Matthew Quirk





  
Depois de renunciar aos maus hábitos do passado, o jovem estudante Mike Ford tem de estar agora à altura de dois grandes desafios: primeiro, conseguir dinheiro para saldar as dívidas que herdou da falecida mãe e para pagar o curso de Direito em Harvard; segundo, construir a vida digna que nunca teve.

É com o prestigiado professor Henry Davies - que trabalhou com os presidentes Johnson e Nixon e dirige a mais importante consultora financeira americana - que Mike é, aparentemente, salvo. Convidado a integrar a consultora, Mike passa a fazer parte da nata da alta-finança, e tem à sua disposição não só um salário milionário, mas também a expectativa de um romance com a sua parceira de trabalho Annie. Só não esperava que, para ser bem-sucedido a conquistar influências junto dos 500 homens e mulheres que dominam os mercados mundiais, lhe fosse exigido que fomentasse alianças com criminosos de guerra ou manipulasse congressistas, que recorresse à chantagem, à mentira, à vigarice… ao seu passado.

Colocado entre a espada e a parede, Mike ou enfrenta as consequências sórdidas inerentes ao trabalho, ou arrisca a vida às mãos dos próprios colegas, se tem a pretensão de desistir. Mas há uma alternativa: ser melhor nas artes do engano do que a sua própria empresa e conseguir denunciá-la publicamente depois de a desmantelar por dentro.
 





Bem ao estilo do livro "A firma", (que deu lugar a um dos grandes filmes da minha vida, com Tom Cruise no papel de Mitch McDeere) este livro leva-nos aos bastidores da política, onde quem detém o poder não é quem dá a cara por votos mas sim aqueles que vivem nas sombras.

Sou um fã deste género de intriga, o último do género que vi foi a série "House of cards", que recomendo vivamente.

Quanto ao livro propriamente dito, achei-o bastante interessante, com várias nuances que dão uma perspectiva bem realística do mundo do poder. Aqui a única ficção seria a possibilidade de um jovem dar trabalho a estas poderosas organizações.

Henry Davies está à frente de uma das mais conceituadas empresas de consultadoria  vê em Mike um grande potencial e de alguma forma revê-se nele.

Mike apresenta-se como um rapaz ambicioso, e com uma grande vontade de corresponder às expectativas impostas, onde o excelente é um padrão muito baixo e não garante a permanência na empresa de Henry..

Depois de ter deambulado pelo mundo do crime na adolescência e lhe ter sido dada uma segunda oportunidade, o objectivo de Mike é agarrar este emprego com unhas e dentes e sair do sufoco financeiro em que se encontra.

A empresa respira um ambiente de constante competição, apenas os melhores sobrevivem, num mundo onde têm assistentes para as mais básicas tarefas e o dinheiro não é uma preocupação, tudo vale para superar as expectativas dos empregadores.

E neste paraíso de abundância nem tudo são rosas ...

O pai de Mike, era um burlão e encontra-se preso, e é a este a quem culpa pela penosa tarefa de cuidar da sua mãe e a ver sucumbir perante a doença. É ele a face de mundo que Mike quer distância. 

As tramas governativas são sofisticadas e apelativas. A história ganha maior intensidade depois do meio do livro. 

Sou suspeito, gosto muito do género, por isso é um livro que não poderia ter deixado de ler.

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