Kick Lanning, 21 anos, é uma sobrevivente. Raptada aos seis anos, a
família, a polícia, bem como a comunidade, assumiram que o pior tinha
acontecido.
Mas é encontrada viva seis anos depois. Submetida a toda uma série de terapias para a ajudar a superar o trauma, é só quando canaliza as suas forças e raiva para a luta que Lannigan se sente melhor.
Aos 13 anos, começa a aprender todo o tipo de artes marciais e técnicas de luta, jurando que nunca mais voltará a ser vítima.
Quando duas crianças desaparecem na área de Portland, Kick é abordada por um enigmático homem de nome Bishop que a convence de que a sua experiência e habilidades podem ajudar a salvar as vítimas. Mal sabe ela que o caso irá desvendar o seu próprio passado aterrorizador......
Mas é encontrada viva seis anos depois. Submetida a toda uma série de terapias para a ajudar a superar o trauma, é só quando canaliza as suas forças e raiva para a luta que Lannigan se sente melhor.
Aos 13 anos, começa a aprender todo o tipo de artes marciais e técnicas de luta, jurando que nunca mais voltará a ser vítima.
Quando duas crianças desaparecem na área de Portland, Kick é abordada por um enigmático homem de nome Bishop que a convence de que a sua experiência e habilidades podem ajudar a salvar as vítimas. Mal sabe ela que o caso irá desvendar o seu próprio passado aterrorizador......
Numa vida ensombrada por este evento, Kick dedica-se a
seguir o rasto de crianças que desaparecem e a tentar encontrar conexões entre
elas com a ajuda do seu irmão.
Quando duas crianças desaparecem, Bishop, um homem
misterioso, aborda-a, e pede a sua ajuda. Estará ela preparada para o que lhe pede?
Poderá ela confiar em Bishop?
É o primeiro livro da autora que leio. Já tinha sido
aliciado a "ler" a autora no passado e eis que surge a oportunidade através
do primeiro livro da série #Kick Lannigan, através da Saída de Emergência.
Oportunidade que agarrei com muita satisfação.
Apesar de ter um tema forte subjacente, o rapto e a
pedofilia, achei extraordinária a abordagem ao tema. Sem utilizar uma abordagem
descritiva da temática que vise chocar, Chelsea Cain, conta-nos a história com
eloquência tal que criamos desde logo laços com Kick e que deixa, a meu ver, um
maior destaque à história e ás personagens em si.
Volvidos dois dias de uma leitura rápida e vertiginosa,
ainda não consigo distinguir qual dos elementos me apaixonou mais! Se foi a
escrita fluída e límpida, ou a intensidade da história, ou mesmo as personagens
coerentes e verosímeis. Mas, no conjunto, foram estes os elementos que deram um
ímpeto de voracidade à leitura deste livro.
Deixem-me fazer uma correcção, não li este livro!, parece-me
que a palavra "devorei" se adequa mais. Contestei o sono com convicção
que pela madrugada me tentou, e desde logo percebeu que era uma batalha
perdida. Foi, de facto, uma leitura deliciosa.
Há um detalhe, no meio do livro, que adorei. A autora, muito
oportunamente começa a semear a dúvida de uma forma mais explicita, e este
pequeno detalhe, ainda que possa passar desapercebido, é o inicio de uma
alteração da abordagem da leitura por parte do leitor, ainda que
inconscientemente. (Isto para quem gosta da mecânica da escrita de ficção - ou
escrita criativa - poderá ter um valor acrescido.)
Gostei do final. Transformou-se numa porta entreaberta, para
todo o tipo de especulações, sem contudo, deixar de finalizar a história.
Quanto às personagens:
Kick é uma personagem verosímil. Se fosse uma super mulher,
com convicção de ferro não me atrairia tanto. Gostei da fragilidade, dos
estados de alienação em que por vezes de via mergulhada. No limbo que
caminhava, entre a mágoa e o sentimento de pertença, entre o certo e o errado.
A fragilidade e a força que se opunham e irradiavam dela. O que a define melhor
seria dizer que é uma mulher que vive numa constante luta, quer interna, quer
externa, de sobrevivência e de adaptação.
Tudo isto é-nos mostrado linearmente no desenrolar do livro,
na escrita capaz e assertiva da autora.
Quanto a Bishop, cabe a parte do mistério e da dúvida. Um
homem com uma profissão estranha, experiente, que vive nas sombras. Obviamente,
o facto de a história ser contada pela perspectiva de Kick, levanta muitas
dúvidas, e dá uma visão subjectiva ao leitor, o que ajuda a enfatizar um
relativo mistério e a alimentar a dúvida, com convém.
Muito bom. Espero que a Saída de Emergência, nos continue a
oferecer esta série, que ao que pude ver já vai no segundo livro.
Deixo-vos uma entrevista descontraída da autora para conhecermos um pouco de Chelsea Cain.