«Uma das melhores estreias literárias do ano. Recomendo vivamente.»
Harlan Coben, autor bestseller do New York Times
Audra anseia chegar à Califórnia.
Finalmente arranjou coragem para fugir do marido que a maltrata, podendo assim proporcionar a si e aos seus dois filhos um novo começo. Juntamente com Sean e Louise, atravessa o país, por estradas secundárias , discretamente e com toda a cautela para não chamar a atenção.
Quando um inquietante xerife a manda parar em pleno deserto do Arizona, Audra faz tudo para se manter calma e esconder o nervosismo. Tem mesmo de o fazer. Mas, ao revistar a carrinha de Audra, o xerife tira da bagageira um saco com marijuana que ela nunca tinha visto e o seu estado de nervos transforma -se em pânico.
Ela julga que aconteceu o pior.
Mas está enganada. O pior ainda está para vir.
Com um ritmo de tirar o fôlego e de um suspense implacável, Desapareceram... é um thriller perfeito sobre a luta de uma mulher contra o mal inimaginável para salvar o que há de mais importante na sua vida. Chocante até à última página...
Desapareceram é um título que se adequa muito bem ao livro. Encerra em si o cerne da
história.
O livro aborda a violência doméstica, tráfico humano, abuso
de autoridade, sofrimento, perda, o lado negro da internet e a fragilidade
humana em oposição à força interior de algo que não se explica, sente-se - a
maternidade.
Audra é uma mulher que num rasgo de oportunidade foge com os
filhos de uma vida de maus tratos psicológicos e dependência infligida por
parte do marido. É nesta viagem de libertação que encontra o oposto do que
procura, uma prisão claustrofóbica e desesperante que a tolhe e a desespera,
nas mãos das autoridades.
O tema, infelizmente, é recorrente e actual. Faz parte do
nosso dia a dia, e mesmo assim serão sempre poucas as vozes que se manifestam e
expõe esta podre e nociva realidade da nossa sociedade. É meritório manter vivo
o assunto.
Posto isto, quanto à história ...
O enredo não reveste de grande complexidade, sendo que o
rumo da história se torna desde cedo previsível. Os atributos recaem, na minha
opinião, na escrita de Haylen, na sua capacidade de manter o leitor atento cobiçando
a próxima cena. Sobressai também no livro a caracterização de alguns
personagens e a mecânica simples mas eficaz da narrativa.
O que gostei do livro:
Numa primeira fase o que me atraiu foi a diligência com que
Haylen pintou Audra. A forma como no meu imaginário ganhou vida e se tornou verosímil
a sofrida mãe de duas crianças. O desgaste de uma vida manipulada, manietada e
inerte. A indignação, o recurso a uma força interior hà muito adormecida. O
medo constante, o repetido olhar para trás vivendo numa intermitência aflitiva
de quem não ousa dar um passo sem sobressalto. Este estado anímico é passado de
uma forma muito coerente através da caracterização da personagem.
Numa segunda fase foi a cadência do livro, uma escrita
envolvente que nos leva a ir ficando no livro pela noite dentro.
É uma escrita simples, clara e que elenca e encadeia de
forma coerente as cenas da narrativa.
Vamos ver o que nos reserva a autora em próximos livros.