Opinião: Quando o Cuco chama


Quando o Cuco chama by

Robery Galbraith


Título: Quando o cuco chama

Autor: Robert Galbraith (pseudónimo de J. K. Rowling)

Págs: 496


Editora:
Editorial Presença


Género: Policial
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 Para mais informações consulte o site da Editorial Presença aqui.

Sinopse:


Envolvente e elegante, mergulhado na atmosfera de Londres, Quando o Cuco Chama é o aclamado primeiro romance policial de J. K. Rowling, escrito sob o pseudónimo Robert Galbraith.

Quando uma jovem modelo cai de uma varanda coberta de neve em Mayfair, presume-se que tenha cometido suicídio. No entanto, o seu irmão tem dúvidas quanto a este trágico desfecho, e contrata os serviços do detetive privado Cormoran Strike para investigar o caso. Strike é um veterano de guerra - com sequelas físicas e psicológicas - e a sua vida está um caos. Este caso serve-lhe de tábua de salvação financeira, mas tem um custo pessoal: quanto mais mergulha no mundo complexo da jovem modelo, mais sombrio tudo se torna - e mais se aproxima de um perigo terrível.


Opinião:


J.K. Rowling é uma autora multifacetada, e se dúvidas houvessem este livro dissiparia-as.


Sendo um amante incondicional de policiais, e vendo que a autora se resolveu aventurar por estes mares turbulentos, cresceu a vontade de ver o resultado desta sua aposta. Para este livro J.K. Rowling resolveu utilizar o pseudónimo de Robert Galbraith, que como é público rapidamente foi descoberto por uma fuga de informação.


A história recai sobre a investigação de um suposto suicídio de uma modelo muito conceitua no mundo da moda e no inconformismo do seu irmão nessa conclusão por parte da polícia. Para ajudar a provar a sua teoria recorre a um detective privado.


Este é o ponto onde nos é apresentado Strike, detective privado, um veterano de guerra, com uma carreira na investigação criminal militar, que após ter perdido uma perna e ter voltado à vida civil mergulhou num acentuado declínio. Este caso pode ser a única salvação da queda no abismo.


O enredo explora a excessiva exposição mediática das personalidades públicas, as relações artificiais que constroem entre elas e a consequente inveja que rodeia este meio. Houve contrastes sociais que são realçados convenientemente no âmbito da história. Abarca também a violência doméstica, infidelidade, o consumo "aceite" de drogas e álcool e a fragilidade emocional.


J.K. Rowling mostra assim a sua animosidade para com os paparazzi, facto que é público: a sua luta para preservar a sua vida pessoal e familiar longe do olhar dos tablóides. E de uma forma clara verte um pouco da sua realidade neste livro. Neste livro é explorado esse sufoco, essa violação incessante da privacidade alheia, nomeadamente com recurso a escutas telefónicas, a perseguições constantes,..., sendo feito comparações com o conhecido caso da Princesa Diana.


Quantos às personagens: Strike, o detective, que é filho ilegítimo de uma personalidade pública, inteligente, metódico, duro, amargurado, com parcas posses, que saí de uma relação amorosa com contornos não muito claros (julgo que a explicação vai ser desenvolvida em livros posteriores) e que se vê de um momento para o outro sem lugar para morar.


Robin, a secretária temporária, a "menina eficiente", para mim uma personagem que tem muito potencial, representa o ponto de mudança da vida de Strike. É uma personagem apelativa, em que a sua relação amorosa com o seu namorado e as suas discussões tal como os seus desejos insuspeitos revestem a personagem de uma deliciosa realidade.


Senti a falta de um pouco mais de violência e mais diálogos, mas isso são gostos pessoais que não beliscam de forma alguma o livro.



Gostei da multiplicidade de suspeitos e dos vários caminhos que permite o leitor explorar para chegar à resolução deste enigma. A impresibilidade do desfecho é também um ponto alto.


Um policial atractivo, apresentado de uma forma singular e elegante.


Sendo, ao que parece, o primeiro livro da série é com entusiasmo e curiosidade que aguardo o próximo livro.

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