Opinião: The Killing II



  
A série The Killing, criada por Søren Sveistrup e produzida pela DR – Danish Broadcasting Corporation –, recebeu prémios prestigiosos por toda a Europa, incluindo um BAFTA para a melhor produção europeia no Festival de Televisão de Monte Carlo e numerosas nomeações para os Emmy.

Foi um enorme sucesso nos países onde foi exibida e tornou-se um fenómeno de culto.

Este livro corresponde à segunda temporada da série televisiva e o enredo prende-se com uma missão de tropas Dinamarquesas no Afeganistão, um tema muito atual.


 



Quando tive conhecimento que ia sair este livro, confesso, fiquei ansioso por começar a lê-lo.
Depois de ter lido os 2 livros anteriores que preconizavam a primeira temporada da série televisiva "The Killing" (criada por Søren Sveistrup) não podia ter ficado mais contente quando a Dom Quixote resolveu publicar também a segunda temporada num só livro.

O livro não me defraudou, bem pelo contrário... Considero este livro estupendo, viciante e imperdível.

No inicio do livro somos informados que este livro é uma adaptação da segunda temporada da famosa série televisão para livro. Não deixem que este facto crie o mais pequeno tipo de preconceito quanto a este livro, porque estariam a menosprezar uma excelente obra.

Existem, essencialmente, duas perspectivas ao longo do livro, a de Lund, a ex-detective inteligente e com uma perspicácia acutilante. e a de Thomas Buch, o politico "honesto", que se alternam e nos dão um olhar sobre o enredo mais rico e perceptível. Este livro está habilmente escrito denotando um trabalho árduo e bem conseguido na adaptação preconizada da série para livro.


A história roda à volta de vários homicídios estranhos que envolvem um denso mistério e as tropas dinamarquesas no âmbito de uma missão no Afeganistão. Sem grandes soluções e a contragosto, a policia pede ajuda a Sarah Lund, a ex-detective determinada, que foi afastada da polícia na temporada anterior e que é agora guarda fronteiriça em Gedser.

Quanto às personagens:

Lund é deveras uma personagem "gratificante", aborda de uma forma fria e sem adornos um divorcio entre a sua vida pessoal e a profissional. O seu foco mantém-se na vida profissional. Parece-me que neste livro há uma abordagem mais "humana" ou emocional de Lund, no sentido em que são perceptíveis as dúvidas quanto às suas prioridades pessoais e nos apercebemos que ela questiona mais as suas anteriores opções e o que os outros pensam! Começa a ter a percepção que o seu filho amadurece e que ela se mantêm à margem do seu crescimento.
Outra situação que nos remete para estes laivos emocionais são os remorsos que Lund sente em relação ao anterior colega Jan Meye que está confinado a uma cadeira de rodas por sua causa e a sua tentativa de se convencer que fez as escolhas correctas que levaram o seu colega aquele estado.

Thomas Buch é o recém-nomeado ministro da Justiça, que se opõe à corrente instituída de compadrio no mundo da politica. A evolução desta personagem é bastante interessante e surpreendente, e mais não posso dizer ...

A dinâmica do enredo, é semelhante à dos livros anteriores, cheia de dúvidas, formulação de teorias que nem sempre se mostram correctas e interesses instituídos que se tornam obstáculos à investigação criminal.

Esta adaptação de televisão para livro foi um sucesso e considero esta uma leitura incontornável no seio dos bons policiais.

Deliciei-me com este livro, as mais de 600 páginas mantiveram-me refém de um enredo avassalador e intenso.

Opinião dos livros anteriores:
- Opinião: The Killing – Crónica de um Assassínio (1º volume) 
- Opinião: The Killing – Crónica de um Assassínio (2º volume)





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