Opinião: Uma Questão Pessoal de Lee Child





 

No ano em que a Paramount Pictures vai estrear o filme baseado no livro Nunca Voltes Atrás, de Lee Child, com Tom Cruise no papel principal, a Bertrand Editora publica o segundo título do autor em Portugal.

Com mais um enredo em torno de Jack Reacher, os ingredientes do sucesso estão garantidos: ação, política, agentes secretos, atiradores, gangsters, balística e… questões pessoais. Mas que questões? E de que maneira se interligam com os outros elementos deste entusiasmante enredo?

Uma tentativa de assassinato contra o presidente francês em plena Paris é o mote deste thriller. A bala era americana. O tiro foi disparado a uma distância extraordinária: 1400 metros. Quantos atiradores têm essa capacidade de disparar a mais de um quilómetro com total confiança? Muito poucos! E entre a lista restrita de suspeitos está um fantasma do passado de Jack Reacher. Nada mais, nada menos do que John Kott, um ex-militar que passou 15 anos na prisão, tendo sido encurralado por Reacher. Se há alguém capaz de apanhar Kott é ele.

Durante a prisão, Kott trabalhou no duro, encontrando-se em excelentes condições. Estudou o dossier de Reacher, no qual consta os seus falhanços… a morte de uma mulher que não conseguiu salvar.

Embora preferisse trabalhar sozinho, é ao lado de Casey Nice, uma analista viciada em Zoloft, que Jack Reacher vai partir para esta investigação. Por sua conta e risco caso sejam apanhados, ambos vão enfrentar mafiosos implacáveis e criminosos sérvios.

A reunião do G8 está para muito breve e é um momento tentador para qualquer assassino.





No meio das minhas frequentes pesquisas sobre autores de thrillers deparei-me diversas vezes com o nome Lee Child. O autor sempre se apresentou como uma figura incontornável dentro dos géneros literários da minha preferência. E eu sabia que mais tarde ou mais cedo tinhamos um encontro marcado, estava fadado! "Uma questão pessoal" foi a oportunidade para esse encontro!

“Uma questão pessoal” é o 19º livro da série "#Jack Reacher". De salutar o cuidado que o autor teve em trabalhar a história de forma a esta não estar dependente de livros precedentes e assim pudesse ser lido de forma isolada.

Os snipers são elementos de elite do exército. A precisão, paciência e o controlo sob pressão são características que não estão acessíveis ao comum dos mortais. Se a isto juntarmos o facto de haver snipers que conseguem fazer um tiro "limpo" a 1.400 metros de distância, estamos a falar de autênticas máquinas assassinas! Ninguém estará seguro, seja ele quem for, nem que seja um dos governantes dos países do G8!

É esta ideia que está subjacente a este livro, é esta a ideia que nos leva para o mundo de Jack Reacher, um ex-militar que vive o dia-a-dia com pouco mais que uma escova de dentes! Que aproveita qualquer oportunidade para comer, porque não sabe quando aparecerá a próxima! E que se encontra sempre em movimento sem amarras, materiais ou emocionais, que o prendam a nada nem ninguém.

Quanto ao livro, gostei muito. Lee Child revela uma escrita descontraída e bem-disposta. Nota-se um cuidado especial com os detalhes militares o que transparece e realça a credibilidade da história como um todo.

Adoro livros que tenham o bom humor como pano de fundo, que tenham personagens que facilmente criem empatia e nos arranquem sorrisos descontraídos quando menos se espera. Jack é uma dessas personagens, movido por uma “irrepreensível” e muito própria conduta moral, entrega-se por completo para alcançar os seus intentos.

Gostei da imagem que o autor dá das reuniões da UE, e do G8. Uma imagem que concerteza me vai acompanhar sempre que visualizar esses encontros na comunicação social, que me vai fazer estar mais atento e arrancar um “sorriso” quando imaginar as conversas dos políticos nestes eventos sedentos de "aparecer" com a companhia certa... 
 
Este foi um "encontro" que me deu muito prazer e tenciono repetir a breve trecho, o meu obrigado à editora Bertrand pela aposta e pela oportunidade.



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