A Mulher Louca de Juan José Millás


«Um romance que engana, um romance de verdade»


À volta deste novo romance convivem três Millás: o Millás autor, o Millás narrador e o Millás personagem, o que torna este livro numa mistura entre reportagem e romance, a que se junta um ingrediente autobiográfico.

O autor transforma-se no protagonista do seu próprio relato, quando ao conhecer duas mulheres que vivem na mesma casa percebe que tem ali material para escrever uma reportagem e um romance.


«Havia apenas um problema: através de que tipo de personagem iria fazer a narração? E dei-me conta de que o único personagem possível era eu», refere Millás em entrevista ao jornal El País. 


A protagonista de A Mulher Louca, Júlia, trabalha numa peixaria e à noite estuda gramática, porque está apaixonada pelo chefe, que na verdade é filólogo.

Nos tempos livres, a jovem ajuda a cuidar de uma doente terminal, Emérita, e encontra-se com Millás, que está a fazer uma reportagem sobre a eutanásia.


Durante as visitas, o escritor sente-se atraído pela ideia de romancear a vida de Júlia, embora para o fazer enfrente o seu bloqueio criativo com a ajuda da psicoterapeuta.


A realidade transtorna os planos do escritor, quando Emérita revela um segredo que guardou zelosamente toda a vida. O que começara como uma crónica para o jornal converte-se então numa espécie de novela, onde se verá apanhado como personagem.


 
Juan José Millás nasceu em Valência em 1946.

É autor de várias obras, vencedor de vários prémios, onde se destacam O Mundo (Prémio Planeta 2007 e Prémio Nacional de Narrativa 2008), Os Objectos Chamam-nos e O que Sei dos Homenzinhos, publicados em Portugal pela Planeta, que o consagraram como um dos
grandes escritores da actualidade. 


Dedica-se ainda ao jornalismo, sendo cronista regular do diário El País, e a sua prosa jornalística, várias vezes premiada, gerou tantos leitores fiéis como as suas obras literárias.


Numa escrita psicanalítica e profunda, mas igualmente vívida na criação de ambientes, Juan José Millás criou uma obra ímpar, traduzida em 23 línguas.

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