Opinião: Um, Dó, Li, Tá de M. J. Arlidge



 

DOIS REFÉNS. UMA BALA. UMA DECISÃO TERRÍVEL. SACRIFICARIA A SUA VIDA PELA DE OUTRA PESSOA?

Uma jovem rapariga surge dos bosques após sobreviver a um rapto aterrador. Cada mórbido pormenor da sua história é verdadeiro, apesar de incrível. Dias mais tarde é descoberta outra vítima que sobreviveu a um rapto semelhante.

As investigações conduzem a um padrão: há alguém a raptar pares de pessoas que depois são encarcerados e confrontados com uma escolha terrível: matar para sobreviver, ou ser morto.

À medida que mais situações vão surgindo, a detetive encarregada deste caso, Helen Grace, percebe que a chave para capturar este monstro imparável está nos sobreviventes. Mas a não ser que descubra rapidamente o assassino, mais inocentes irão morrer…

Um jogo perigoso e mortal num romance de estreia arrebatador e de arrasar os nervos, que lembra filmes como Saw — Enigma Mortal e A Conspiração da Aranha.

 






Este livro apresenta-se com capítulos pequenos, no género de James Patterson, que facilitam e incrementam a intensidade da história.


O foco do livro recai sobre a Escolha, "dois reféns, uma bala", recaindo assim sobre as vitimas a decisão de quem vive e quem morre. E é interessante ver como o autor conseguiu transportar para o livro várias perspectivas perante o mesmo dilema, enriquecendo o mesmo.


Viciante, fluído e muito bem conseguido.


O que gostei deste livro foi a forma como o autor criou a relação de proximidade com o leitor. A situação é tão credível que leva o leitor a envolver-se na escolha, a questionar-se sobre como reagiria se estivesse na situação exposta e consequentemente leva o leitor a criar cumplicidades com as personagens. Muito inteligente, de facto!


O enredo é engenhoso, bem construído e oferece momentos de grande tensão. 


A escrita revela o à vontade e uma confiança invejáveis.


Quanto às personagens, a detective Helen Grace é a personagem que sobressai, uma mulher dedicada, fria, ambiciosa e bem sucedida profissionalmente. Tem gostos peculiares, mais concretamente o masoquismo, o que dá robustez à personagem e a torna atractiva. 

Necessariamente teria que ter uma personalidade forte e ser decidida para vingar num mundo maioritariamente masculino. Há aqui um equilíbrio muito bem conseguido que lhe trás tridimensionalidade quando conhecemos o seu passado sombrio.


É também interessante verificar a evolução da personagem, as prioridades de Helen, perante a possibilidade de ter sido traída. A forma como a sua determinação é posta em causa (ou não) quando se coloca em causa as pessoas que lhe são próximas.


Partilho da opinião daqueles que vêm em M. J. Arlidge um grande autor, que tem grande potencial e promete marcar os livros policiais. Vou manter o seu talento debaixo de olho. ;)

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