Opinião: Confissões de Kanae Minato





 



Os seus alunos assassinaram a sua filha. Esta é a sua vingança. Os seus alunos assassinaram a sua filha. Ela não quer justiça, só vingança. Depois de um noivado que acaba em tragédia, tudo o que resta na vida a Yuko Moriguchi é a sua filha, de quatro anos, Manami. 
 
Quando esta é encontrada afogada na piscina da escola Yukodecide aposentar-se. Mas antes deve dar uma última lição. Um mês depois do sucedido, a Professora Moriguchi, no seu discurso de despedida, acusa dois estudantes de matar a sua filha e anuncia a sua vingança pessoal, atroz e imediata, mas concebida de modo a que as devastadoras consequências ocorram lentamente para que os jovens tenham tempo de se arrepender e passem o resto dos seus dias suportando o peso da culpa. "Confissões" é um romance narrado a várias vozes, magistralmente construído onde o suspense é mantido até o fim, quando as diferentes peças encaixam. Mas também é uma reflexão sobre o sistema educativo, os laços familiares, o comportamento humano, o amor e a vingança. .
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Manami, 4 anos, é encontrada afogada na piscina da escola. Segundo a sua mãe, Yuko Moriguchi - professora na referida escola, os responsáveis são 2 dos seus alunos. Como vingança Yuco preparou uma dilacerante vingança que expõe aos seus alunos no discurso de despedida. Qual será o impacto destas revelações?

Abordando temáticas estruturantes da nossa sociedade, desde do bulling, relações familiares, vingança, crime ..., Kanae Minato traz-nos um thriller magnifico que além de nos oferecer mágicas horas de leitura não nos abandona quando pousamos o livro.

O livro divide as suas 212 por 6 capítulos, 1 - A Santa, 2 - A Mártir, 3 - A Benevolente, 4 - O Investigador, 5 - O Crente e 6 - A Evangelista. O primeiro e o sexto são narrados por sensei Yuko Moriguchi, a professora. O segundo por Mizuko, a delegada de turma. O terceiro por Mariko, a irmã de Naoki, onde podemos ler algumas passagens do diário da mãe de ambos. O quarto cabe ao próprio Naoki. E no quinto ouvimos as palavras de Shuya.

Como se de um cubo se tratasse, o leitor pode ver a história por várias janelas, tornando a leitura muito gratificante. 

A história é engenhosa, bem construída, embora eu, pessoalmente, apreciaria um pouco mais de diálogo durante a narração. Este facto não belisca, de forma alguma, a mais que reconhecida qualidade do livro. 

E consigo vislumbrar a intencionalidade deste facto.  Existe a intenção da autora em criar ao leitor uma perspectiva intimista, uma proximidade e compreensão imediata do que é narrado. Pretende-se um mergulho nas personagens: Objectivo que alcançou magistralmente.

Li este livro no Verão e adorei. Um dos melhores livros que tive o privilégio de ler deste ano.

Uma boa sugestão para a Feira do Livro do Porto.

Parabéns pela aposta Suma de Letras.

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