Um thriller poderoso e intenso, repleto de tensão e intriga.
Uma história inquietante apoiada numa investigação forense
exímia, e intensificada pela atmosfera mística das lendas bascas.
Uma trilogia que partilha com o romance escandinavo a sua
faceta mais negra e psicólogica, e com o thriller norte-americano a parte mais racional
e científica.
Nas margens do rio Baztán, no vale de Navarra, é encontrado
o cadáver nu de uma adolescente em circunstâncias que posteriormente é relacionado
com um homicídio ocorrido na região meses antes.
Amaia Salazar, inspectora de homicídios da Policía Foral, é
encarregue de dirigir uma investigação que a levará a Elizondo, uma pequena
localidade de onde nasceu e de que tentou fugir toda a vida.
Forçada a enfrentar os desenvolvimentos cada vez mais
complicados do caso e com fantasmas familiares que a perseguem, a investigação
de Amaia é uma corrida contra o tempo para encontrar um assassino capaz de mostrar
a face mais aterradora de uma realidade brutal, evocando ao mesmo tempo as
criaturas mais inquietantes das lendas e do esotérico do Norte de Espanha.
. .
Amaia Salazar, inspectora de homicídios, é despertada no
meio da noite. Uma adolescente foi assassinada!
Este caso começa a evidenciar ligações com outros casos
semelhantes e Amaia procura compreender a mente perturbada do assassino
baseando-se nos seus estudos em Quântico (FBI). Pelo caminho tem gerir a inveja
de um colega e lidar com a pressão da hierarquia, a sua família e os seus próprios
fantasmas.
Este livro surpreendeu-me!
Quanto ás personagens: há claramente uma preocupação no
enaltecimento do sexo feminino! Conseguimos perceber isso pelo papel que foi atribuído
a cada uma das personagens consoante o género.
Foram atribuídos papéis “frágeis”
aos homens. Por exemplo temos o caso dos maridos das irmãs de Amaia que se
revelam dependentes, e mesmo o próprio marido de Amaia, onde podemos
percepcionar características normalmente atribuídas ai sexo feminino, tal como a sensibilidade, a
pressão e necessidade de ter um filho. Ou também a disponibilidade e vontade de se
adaptar ás necessidades profissionais da mulher.
Aliás a autora terá referido que pretendia fazer no livro um
retracto das povoações daquela região onde o matriarcado é predominante.
Amaia quebra um pouco o molde da convencional da detective a
que estamos habituados, o que me aprouve muito. Uma mistura de instinto e
resquícios de sobrenatural são traços que vestem e assentam muito bem à personagem.
O crime faz Amaia regressar à terra natal,
povoação onde vamos descobrir as relações nem sempre harmoniosas entre os membros
da família. Ali conhecemos a tia de Amaia, uma mulher que prevê o futuro nas
cartas e que foi, desde cedo, responsável pela sua educação. Conhecemos também Flora,
a irmã "dominadora" que não se coíbe de cobrar e pressionar todos à
sua volta e Ros a irmã que resolveu impor-se e sair do jugo de Flora. E ai muitos
mistérios são desvendados …
É atribuído ao cenário um papel relevante e com direito a
grande destaque, ainda que, considero eu, que a autora se perde um pouco em
algumas descrições de Elizondo. Nada de preocupante, mas ajuda a perceber a
vontade da autora em passar uma imagem muito próxima da pequena povoação.
Outro
cenário que me ficou retido e que adorei foi o "bosque" que me passou
uma imagem de algo surreal, mitológico e misterioso.
Houve um afloramento da mitologia do norte de Espanha o que
deu um ténue toque sobrenatural à história.
Apesar de ser um policial, o foco, quanto a mim, não está
tanto na procura do culpado, mas sim nas relações e reacções da protagonista e nos
segredos que Amaia guarda.
São linhas relevantes da narrativa: a forma como se tenta abstrair da sua vida pessoal em prol da conduta profissional, a pressão do seu marido quanto à gravidez, a forma displicente como gere a conduta do seu colega e o seu sombrio passado.
São linhas relevantes da narrativa: a forma como se tenta abstrair da sua vida pessoal em prol da conduta profissional, a pressão do seu marido quanto à gravidez, a forma displicente como gere a conduta do seu colega e o seu sombrio passado.
Nada mau para o primeiro livro de uma trilogia. Estou
ansioso por ler o seguinte.
Gostei, a próxima leitura vai ser "Legado no
ossos", que é o segundo livro desta trilogia. E sei que nos próximos dias
a Planeta vai publicar o terceiro e último "Oferenda à tempestade".
Deixo-vos o trailer do filme baseado no livro, cujos direito foram comprados pelo produtor de Millenium.
Deixo-vos o trailer do filme baseado no livro, cujos direito foram comprados pelo produtor de Millenium.