Opinião: Galveston de Nic Pizzolatto





 

Para mais informações consulte o site da Editorial Presença aqui.


No mesmo dia em que diagnosticam a Roy Cady uma doença terminal, ele começa a sentir que o seu chefe, um perigoso bandido de Nova Orleães, quer vê-lo morto. Convicto de que a estranha missão que lhe é confiada nessa mesma noite é na realidade uma emboscada para o liquidar, Roy vai preparado para o pior.

Por pouco consegue escapar a um violento ataque e salvar uma jovem que se encontrava no local. Leva-a consigo na fuga para Galveston, no Texas - uma decisão insensata, pois Rocky é nova, sedutora e uma verdadeira fonte de problemas. A jovem prostituta tem segredos que ameaçam a sobrevivência de ambos e uma história de vida que irá perseguir Roy por muito tempo.

Galveston é um thriller poderoso que anuncia a chegada de um novo grande talento à literatura policial. Um primeiro romance admirável, duro mas profundamente humano, que nos apresenta uma interessantíssima galeria de personagens que vivem no fio da navalha, à deriva, rumo a um destino inexorável. Galveston é uma obra empolgante, que transcende o género em que se inscreve.




Este livro suscitou a minha atenção desde o momento que foi anunciado pela Editorial Presença, principalmente por o autor ser o argumentista e produtor executivo da série policial "True Detetive" da HBO.

No submundo do crime vive Roy, um homem com um passado sombrio ligado ao crime. Tudo na sua vida parece caminhar para o abismo. Vive a frustração da ex-namorada o ter trocado pelo actual chefe além de lhe terem diagnosticado uma doença terminal. O que lhe resta?

Encarregado de uma tarefa, Roy desconfia dos motivos e das intenções do próprio chefe ao lhe pedir que vá desarmado! 

Os seus piores receios confirmam-se, na fuga leva consigo uma jovem prostituta que se encontrava no local, e agora …?


Achei a construção do enredo interessante. Esperava ver Roy a tomar opções e atitudes extremas pela sua condição, mas foi agradável perceber que o livro tomou outros caminhos e surpreendeu-me pela atitude demonstrada.

O que vem à superfície de um mar de vidas sombrias com destinos traçados, é o aspecto humano da história, a percepção sensorial dos desígnios de vidas condenadas ao ciclo da pobreza e do crime.

Roy é uma personagem que se defronta com a velha questão cliché do que fazer quando uma pessoa sabe que vai morrer. A evolução da personagem (character arc) desenvolve-se coerentemente, e os dilemas a que é sujeito fazem a história evoluir.

Rocky, a jovem prostituta, mostra um certo desnorteamento credibilizando a construção da personagem e validando a vida errática em que se envolveu.

As personagens, embora não se destaquem de uma forma exuberante, conjugam-se com a história e alcançam o efeito pretendido na narrativa.

O final foi refrescante e poético... 

Gostava de ler mais obras do autor.

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