Dois anos após uma assustadora vaga de suicídios entre adolescentes, a vila remota de Radcote começa a retomar a normalidade.
A inspetora Lorraine Fisher acaba de chegar para visitar a família, e o que encontra é uma atmosfera tensa e preocupante. A comunidade vê-se a braços com novas mortes misteriosas e até o seu sobrinho adolescente, Freddie, parece estar a afundar-se em pesadelos do passado.
Quando Freddie desaparece, Lorraine sabe que tem de agir rapidamente… antes que seja tarde demais.
Perverso, intenso e totalmente compulsivo, Antes Que Morras confirma Samantha Hayes como uma das grandes autoras de suspense da atualidade.
Esta leitura tornou-se rapidamente
compulsiva... Começou com uma história onde o início não prepara o leitor para
a intensidade que o livro nos oferece…
Este é o segundo livro da série
Lorraine Fisher. Neste livro a autora aborda temáticas como o bulling,
adultério, preconceito e suicídio.
Depois de ter lido o primeiro livro tinha
curiosidade para saber como Samantha Hayes se sairia no próximo e eis que … não
podia ter ficado mais satisfeito.
A autora, tal como fez no anterior,
socorre-se do ponto de vista de algumas personagens, para dar diferentes
perspectivas da história e alcançar uma maior proximidade. Aproveita sabiamente
a subjectividade e limitação desta opção para gerar suspense e aliciar o leitor
para a história.
Superou todas as minhas
expectativas, a autora mostrou-se detentora de uma grande habilidade para jogar
com a percepção do leitor, por manipular tão bem os argumentos do suspense, e
desarmar o leitor em cada nova cena. Surpreendeu-me tantas e tantas
vezes, de uma forma consistente que me senti desarmado e deliciado.
Previsibilidade não é uma palavra que associe a este livro. Gostei muito.
A palavra que me surge depois de ler
este livro é “rendido”. Rendido a um dramatismo delicioso, a um suspense
inteligente e persuasivo. Rendido a uma leitura contagiante.
Quanto à história, achei-a
interessante e evolui em crescendo, utilizando uma expressão ligada à música.
Sente-se a história, sente-se a crescer, a ganhar forma e corpo. A expandir-se
na nossa mente, com uma envolvência aterradora.
Nestes dois livros consigo ver
alguns traços que vão compondo a minha imagem da escrita da autora. Vejo uma
predilecção por relações famíliares fortes e em crise. Vejo que a vida pessoal
da personagem principal, Lorraine, é algo que tem uma grande dimensão e espaço
no enredo. O que devo dizer, me agrada muito, porque transmite uma proximidade
e um realismo coerente da personagem, tornando-a mais humana e próxima dos
problemas e fragilidades a que todos estamos sujeitos.
Boa escrita, bom suspense, no fundo
um bom livro que recomendo vivamente.