Opinião: O Que Ela Deixou de T.R. Richmond




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Numa manhã gelada, o corpo de Alice Salmon é encontrado a boiar num rio. Cedo se levantam suspeitas sobre a causa da morte. Os exames forenses mostram sinais claros de luta. A notícia da sua morte espalha -se nos meios de comunicação e em comentários nas redes sociais. Todos querem saber o que realmente aconteceu à divertida e inteligente Alice, uma jovem jornalista com sucesso na Internet. Jeremy Cooke, um antigo professor obcecado por Alice, enceta uma investigação particular. Para isso, recorre ao diário de Alice, à sua correspondência, posts em blogues, no Facebook, no Twitter e nas SMS. Com ele, somos levados numa espiral de eventos em que todos, incluindo ele próprio, têm algo a esconder.

Este romance de estreia, um dos mais aclamados thrillers dos últimos tempos, leva-nos ao âmago do amor, da obsessão e da perda.
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Alice Salmon jaz num rio! Será suicídio? Haverá algum responsável pela morte da jovem? É desta a dúvida que é alimentada ao longo do livro. Em cada página as hipóteses multiplicam-se. Estaremos preparados para a resposta?




Esta foi uma leitura diferente! A forma como o livro é apresentado é inusual e a conexão entre as cenas marcam um livro que não obedece a uma ordem cronológica dos factos, mas vai-nos servindo lentamente, a seu belo prazer, os vislumbres e as revelações do que realmente aconteceu, tentando ludibriar a percepção do leitor.


Enquanto não nos adaptamos e absorvemos a mecânica do enredo a leitura faz-se lentamente, a medo que deixemos perder algum detalhe que possa revelar-se imprescindível para a resposta pretendida: O que aconteceu a Alice Salmon? Mas depois de quebrada a resistência das primeiras folhas a curiosidade mantém o leme da leitura.





Cartas, mails, posts de blogs, diários, SMS's, interrogatórios, publicações nas redes sociais e comunicação social, aparentemente desconexas compõem o tecido em que nos é servido o enredo. Numa mistura de relatos íntimos introspectivos, de confissões entre amigos e amantes, de revelações inusitadas e da exposição pública dos meios de comunicação, vamos colectando os fragmentos de uma história que podia ser a de qualquer um de nós! 


Vejo neste livro uma pintura muito próxima e coerente com o que é o dia a dia da nossa sociedade, da urgência em obter respostas, na "criação" incoerente dessas mesmas "respostas" de forma a obter uma rápida e efémera satisfação pessoal. Na superficialidade do nosso olhar e na propensão para colocarmos rótulos e opinarmos sobre tudo e todos.
 




O que mais gostei no livro:

Em Alice, foi a evolução de uma jovem perfeita para uma jovem "real", que como todos nós, tem as suas contradições que nos leva a proceder de forma diferente daquela que o bom senso ditaria.


No professor Jeremy, foi a sua perspectiva psicológica, a sua análise introspectiva e o sentido de auto-preservação. O seu conceito do que é certo (ou não) um professor fazer com as suas alunas. A forma como se analisa a vida quando o fim se apresenta próximo...


Do Ben, o seu sentido de humor.


De Elisabeth, a sua fragilidade. A forma como termina (muitas vezes) os mails em franco contraste com o conteúdo.



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