Opinião: O Homem de Giz de C. J. Tudor


««Imaginativo, com uma temática intrigante que abarca dois universos fascinantes. Uma galopada frenética, profunda e sedutora, impregnada de suspense. Um tempo muito bem passado.»
Steve Berry, autor best-seller do New York Times

«Uma história inteligentemente concebida e habilidosamente contada sobre segredos, mentiras e paixões distorcidas, um protagonista perturbado, um terrível assassínio que não era o que parecia ser e um monstro odioso no centro de tudo.»
John Vernon, autor best-seller de Pensa Num Número

«[Há] muito tempo que não tinha uma noite em branco devido a um livro. O Homem de Giz mudou isso. Muitos parabéns C.J.Tudor!»
Fiona Barton, autora best-seller de A Viúva e O Silêncio 
Toda a gente tem segredos.
Toda a gente é culpada de alguma coisa.
E as crianças nem sempre são inocentes.

Tudo aconteceu há trinta anos, e Eddie convenceu-se de que o passado tinha ficado para trás. Até ao dia em que recebeu uma carta que continha apenas duas coisas: um pedaço de giz e o desenho de uma figura em traços rígidos. À medida que a história se vai repetindo, Eddie vai percebendo que o jogo nunca terminou. Um mistério em torno de um jogo de infância que enveredou por um caminho perigoso..


Um thriller com uma atmosfera densa e viciante que se passa em dois registos, em 1986 e nos nossos dias. A trama tem origem em 1986 e após um hiato de trinta anos, o passado surge para transformar a vida de Eddie.

As influências de Stephen King e o toque de Irvine Welsh, conferem ao livro não só um tipo de narrativa diferente como um suspense ao limite. Contribui também para que a história tenha um desfecho muito «real» e chocante.

O Homem de Giz conta-nos a história de um grupo de crianças, não poupando nos pormenores sociais onde estão inseridos e em como as influências de famílias disfuncionais, contribuem para exacerbar o imaginário infantil.






Volvidos 30 anos, um evento regressa do passado para assombrar os 5 amigos.

Começo pelo fim! Adorei este livro, antes de tudo pela irreverência do estilo, pelo inconformismo da prosa e pela verossimilidade empregue na construção da personagem principal. Uma extraordinária estreia literária.


O livro conta a história de Eddie, actualmente professor de 42 anos mas que vive preso ao passado. Aos 12 anos, Eddie, vive uma experiência única que o vai marcar para sempre. Ele e o seu grupo de 5 amigos encontram, com a ajuda de desenhos a giz, o cadáver de uma jovem! Apesar desse episódio insólito nunca o ter abandonado, 30 anos depois a história volta a assombrá-lo.

A questão que prevalece na história até ao fim é a identidade do assassino - não há excluídos, só alternativas. Será que ele voltou a matar?

A construção da personagem Eddie é deliciosa. Há nela uma consistência pragmática que me afectou. 

Eddie é um professor de 42 anos, cleptomaníaco, que está irremediavelmente ligado ao seu passado. Apresenta-se quase desprovido de vida social, de alguma forma solitário na plenitude da palavra. O seu discurso transparece maturidade, mas por outro lado, os seus pensamentos fornecem-nos tragos de infantilidade, por vezes sofrêgos . Esta pureza inocente que transparece de uma carência emocional é tão realística que surpreende!

Quando se expõe ao leitor, continuamos a ver a criança de 12 anos, de há 30 anos atrás. Continuamos a ver a falta de capacidade para lidar com as emoções, as constantes hesitações.

Mas não foi só na construção da personagem principal que C.J. Tudor surpreendeu! Surpreendeu na história, na forma como nos vai guiando ao longo do enredo. Como nos deixa em suspenso a cada reviravolta. Como nos faz ganhar uma falsa segurança no desfecho e nos troca as voltas a todo o momento.

A sua escrita é peculiar, conseguimos facilmente encontrar resquícios de influências dos grandes autores deste género literário, mas penso que há acima de tudo uma escrita original e arrebatadora que sobressai pela diferença e firmeza  com que dirige o enredo.



Há no seu discurso uma suave irreverência, uma disputa entre o convencional e a genuíno que caem bem no discurso. Convidam a uma subtil intimidade. 

 «Não tenho nada contra Guerry. Na verdade também não tenho nada a favor dele, mas parece fazer a
minha mãe feliz, e isso, como gostamos de mentir, é o mais importante» P29 ("Conversa da personagem com o leitor")
Vejo muito potencial nesta autora. Mal posso esperar que seja publicado dia 16 de Janeiro para ver as reacções dos leitores em geral. Anseio pelo próximo livro. Parabéns Planeta pela excelente aposta, este será concerteza um peso pesado das novidades literárias de 2018.


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