Para mais informações
consulte o site da Editorial Presença aqui.
Um grupo de estudantes inteligentes, excêntricos e rebeldes de uma escola em Nova Inglaterra frequentada por alunos oriundos da nata da sociedade norte-americana, sob a influência de um carismático professor de Estudos Clássicos, descobre um novo modo de pensar e viver, totalmente diferente do resto dos colegas. Só que, quando os limites da normalidade moral são ultrapassados, as suas vidas alteram-se totalmente e para eles torna-se tão fácil viver como matar….
Este foi, desde logo, um livro que queria muito ler.
Referenciado por muitos dos meus autores favoritos entrou na minha wish-list há
já alguns anos. Mas era uma leitura que que queria ler com tempo! Com tempo
para poder absorver toda a sua essência, para poder atentar a sua construção e
poder usufruir de todas as suas peculiaridades. Como “alguém” disse: o
importante não é a opinião abrangente e aceite de uma obra mas sim a sua singularidade
e o acto da sua percepção. E essa oportunidade surgiu com a proposta do grupo
de leitura da Editorial Presença.
(contém spoilers)
(contém spoilers)
Richard sente-se
seduzido pela excentricidade do Professor Julian Morrow e seus pupilos ambicionando
pertencer a este peculiar grupo. Após alguma persistência e contra as
expectativas é aceite.
Henry, Francis,
Charles, Camilla, Bunny e Richard formam assim o grupo de estudantes
universitários que compõem o curso “exclusivo” e elitista que Julian Morrow, um
professor carismático e influente, ministra.
O problema surge
quando a excentricidade do grupo leva a que alguém seja assassinado
barbaramente. Mas o que desconhecem é … que esse é apenas o início dos seus
problemas…
Começo pelo fim …!!! Adorei o livro. ;)
Na voz e perspectiva de Richard seguimos a par e passo esta
trama deliciosa. E julgo que é aqui que reside o encanto deste livro! Estranho?
Eu explico melhor, tudo o que sabemos é na perspectiva de Richard, ele é o
nosso narrador. Ou seja, temos o que o Richard viu, o que lhe contaram, o que
percepcionou e as suas impressões.
Julgo que não é por acaso que esta personagem é uma espécie
de “outsider”, ainda que faça parte do grupo não está presente em muitos dos
episódios cruciais, é excluído de alguns encontros, dando azo a especulações e
reflexões, tanto de Richard como do leitor.
Este facto faz crescer a
curiosidade, faz com que o leitor duvide de algumas das conclusões a que
Richard chega e alimenta assim a criação de múltiplas alternativas ao que nos é
contado. O efeito prático? É a empatia criada e um genuíno mergulho na
história.
Navegamos aos sons da vida solitária de Richard, das suas
angústias, do seu passado, na integração no grupo e na sua paixão por Camilla.
Somos confrontados com rituais ancestrais. Testamos a lealdade do grupo, a sua
resistência à adversidade e a sua simbiose.
E eis que, no decurso da história, somos confrontados com o
hipotético incesto entre Charles e Camilla! … Esta possibilidade, foi quanto a
mim, um dos elementos mais dinamizadores e inteligentes de toda a trama. Tem um
papel no enredo que oscila entre a provocação, o choque, voyeurismo lascivo e a
mera curiosidade. Semeia a dúvida, provoca o leitor. Não é por acaso que a
internet está repleta de imagens alusivas a esta temática: “Camilla e Charles”.
Outro elemento que ganha relevância é a culpa e o impacto
que tem em cada um deles e no grupo. É interessante ver como a autora equilibra
e manipula as reacções das personagens provindo-as de ambiguidade favorecendo a
narrativa. Diria que é uma história que encaixa perfeitamente na dita “tragédia
grega.”
Quanto ás personagens:
Henry – o excêntrico e introvertido – é carismático, enigmático,
munido de uma inteligência invejável é de alguma forma o líder do grupo.
*(Cillian Murphy sempre me transmitiu uma imagem de uma inteligência perturbada. )
Francis – o gay – é afectuoso, ainda que frágil como
poderemos constatar no desfecho do livro.
*(Daniel Radcliffe, o famoso Harry Potter)
Charles e Camilla – os gémeos – são unidos e inseparáveis.
Camilla desperta a atenção de alguns dos elementos do grupo.
*(Dominic Monaghan conhecido pelo seu papel em "Lost" e no "Senhor dos aneis")
*(Julia Stiles dispensa apresentações)
Bunny – o boémio – é o mais extrovertido. Vive à custa de Henry e seus amigos. E é quem dá o toque
de humor à história pela sua descontracção e atitudes.
* (Bradley Cooper)
Richard – o pobre – oriundo de uma família pobre e com uma
infância infeliz. Leal. É o único que de facto mostra preocupação em conseguir
formar-se.
*(James McAvoy)
Julian Morrow – o professor carismático de Estudos Clássico
– misterioso, reservado e influente. Prescinde do seu vencimento como professor
e selecciona ele mesmo os seus alunos e as suas cadeiras académicas.
*(Ian Mckellen um actor carismático, que muito admiro, e que ofereceria ao personagem a postura precisa.Papeis recentes: 2006 - O Código Da Vinci - Sir Leigh Teabing, 2013 - O Hobbit: A Desolação de Smaug e 2015 - Mr. Holmes (Sr. Holmes)))
Gostei muito da ambiguidade, dos elementos provocadores.
Compreendo porque teve o impacto que teve na literatura e na vida da própria
autora. Achei arrojada o incentivo à formulação de teorias paralelas à de
Richard.
Uma obra notável, com
pinceladas de um requinte soberbo.
*No seguimento do que
encontramos pela internet decidimos também nós fazer uma espécie de casting
procurando os autores que melhor se encaixariam no papel de cada personagem. E quais são as vossas sugestões?
(carregar na imagem)
Opinião: O Pintassilgo de Donna Tartt
«A obra permite o leitor usufruir de uma
história credível levando o leitor à reflexão. Donna Tartt pintou a obra com
pinceladas concisas e precisas, que realçam uma sobriedade e vulnerabilidade
extasiantes.»
Para mais informações sobre o Pintassilgo
consulte o site da Editorial Presença aqui.
Vou começar a ler hoje!! Já estou nas primeiras paginas, não li toda a resenha pra não estragar a leitura...
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