Entrevista com Ricardo Tomaz Alves



1 - “A Devota” é um romance que se apresenta de uma forma muito tentadora. Que outros argumentos pode apresentar sobre a obra?
Tem bastantes curiosidades que vão gostar de descobrir, aborda certas questões que por vezes damos como certas, é jovial, dramático, didáctico e uma boa forma de visitar Sintra sem sair de casa.

2 - O Ricardo Tomaz Alves tem cinco novas obras guardadas, pode levantar um pouco o véu?

Não pretendo ser um escritor de estilo único porque acabaria por oferecer sempre mais do mesmo ao leitor, mas antes do género multifacetado, explorando vários estilos e abordar várias técnicas, evitando a repetição e previsibilidade. Escrevi um romance fantástico, uma auto-biografia, um romance, um livro de contos e um ensaio, tendo regressado recentemente ao género romancista. Agora é esperar por vê-las publicadas.

3 - Escreveu um livro aos doze anos! Como viveu a experiência?

A história era baseada num videojogo que joguei na altura, o “Heart of Darkness” para a Playstation (passo a publicidade). O que fiz foi escrever a história do jogo e de alguma forma complementá-la com a minha imaginação. Lembro-me que deu bastante trabalho porque como não tinha computador escrevi à mão cerca de quarenta páginas. A minha professora de Inglês da altura pediu-me o manuscrito para ler e perdeu-o. Fiquei aborrecido e com pouca vontade de escrever tudo de novo, além de não ser algo a que me quisesse entregar na altura, deixando a escrita de lado.

4 - Divide a vida entre a escrita e a música. Existem pontos de encontro entre ambos? Como se conjugam ambas as artes?

Existem. Ambas têm o seu espaço na minha vida e influenciam-se mutuamente. Já escrevi letras para músicas influenciadas em contos e textos que já tinha escrito e o livro que estou a escrever tem uma banda sonora que o leitor terá de imaginar enquanto lê, só para dar um exemplo. Nos meus livros encontra-se várias referências musicais.

5 - Como foi o trajecto para a publicação do livro?

Não foi complicado, mas moroso. Não foi complicado porque enviar um e-mail com um ficheiro em Word ou PDF de um livro que escrevemos para uma editora não é nada de extraordinário, mas moroso porque tive de esperar, por vezes, algum tempo para receber respostas negativas quanto à decisão de publicação da obra ou o facto de estar fora do plano orçamental para aquele ano. Às tantas fartamo-nos de ouvir “nãos” mas não pode ser algo que nos faça desistir, principalmente quando temos confiança no nosso trabalho e no projecto que estamos a tentar concretizar. “A Devota” foi recusada por algumas editoras e tantas outras fizeram propostas que não me interessaram até que recebi o contacto da Alfarroba, que surgiu numa altura em que estava prestes a assinar um contracto pior que aquele que tinha para me oferecer e num ponto de saturação da minha parte, explicando e esclarecendo sincera e honestamente que pretendia deles e o que eles podiam esperar de mim, o que tinha para lhes oferecer como escritor. Não assinei o contracto ideal, tenho de admitir, mas para a minha realidade e a da editora, chegámos a acordo e até agora tem resultado, muito devido ao profissionalismo e competência e, devo sublinhar, criatividade dos responsáveis.

6 - Que livros não dispensa?

“D Quixote de La Mancha” de Miguel de Cervantes; “O Idiota”, de Fiodor Dostoievski” e “O Retrato de Dorian Gray” de Oscar Wilde, para nomear alguns e não todos, que são tantos.

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